Os trabalhadores da obra BRT (Bus Rapid Transit, em inglês) protestaram ontem contra atraso de salários no Jardim Balneário Meia Ponte em Goiânia. A categoria afirmou que o pagamento de 217 funcionários está atrasado e eles concordam em não seguir trabalhando até que seus salários sejam regularizados. Em contrapartida, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Pesada (Sticep) disse que foram pagas as três primeiras parcelas de dez. Mas da quarta em diante a construtora não está conseguindo arcar com os custos.

Por outro lado, os representantes da Caixa Econômica Federal, da Prefeitura de Goiânia e do consórcio responsável pela obra devem se reunir hoje com o Procurador da República, Hélio Telho, na sede do Ministério Público. No encontro, questões trabalhistas ficarão de lado, e a conversa deve girar em torno de um posicionamento por parte da prefeitura e da CEF sobre as paralisações das obras. 

No início das obras, a estimativa era de que o trecho norte da BRT, que sai do Terminal Rodoviário e vai ao Setor Recanto do Bosque, entraria em funcionamento no final do ano passado. Mas até o momento 21% das obras foram concluídas. No final do projeto, é esperado que as vias passem por 148 bairros. 

Horta

Os comerciantes que atuam na região do Terminal Isidória, na região sul de Goiânia, plantaram uma horta em um dos trechos paralisados do BRT. Na plantação, haviam legumes, coentro, milho e mandioca, que tinham como intenção buscar uma solução para acabar com focos do mosquito aedes aegypti que estavam na região por conta dos trabalhos suspensos. A plantação, porém, nem existe mais. 

Em nota, a prefeitura disse que resolveu os focos de água parada que permitem a procriação do mosquito da dengue. Questionado acerca do andamento das obras, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) disse que está aguardando liberação de verba do governo federal para seguir com os trabalhos de implantação do BRT. 

O corredor norte-sul deveria ser entregue à população em março deste ano, mas estima-se que ele seja finalizado em março de 2019. De acordo com o Paço Municipal, foram investidos nas obras R$ 63 milhões. Em um primeiro momento, o montante foi orçado em R$ 244 milhões. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)