Alvo de uma polêmica em 2016, a criadora da empresa Santa Blasfêmia, a artista plástica Ana Paula Dornelas Guimarães de Lima, foi autorizada nesta quarta-feira (7) a pintar, vender e promocionar imagens de santos estilizados. Ana havia sido processada pela Arquidiocese de Goiânia pelos trabalhos que fazia, basados na Cultura pop, e foi proibida de produzi-los e divulgá-los.

Com um processo que consiste na costumização de imagens de Nossa Senhora adquiridas em branco, em gesso, Ana Smile, nome que adotou artisticamente, foi obrigada a fechar seu ateliê e a trabalhar como caixa em uma boate da capital. 

Entre as imagens mais famosas estavam Frida Khalo, Batman, Mulher Gato, Galinha Pintadinha e David Bowie. Na época, o assunto dividiu opiniões nas redes sociais e Ana chegou a declarar que “nunca teve como objetivo desrespeitar a crença ou religião de ninguém”.

Na decisão, o desembargador responsável pelo caso, Norival Santomé, argumentou que é preciso defender a liberdade de expressão e de pensamento, bem como a liberdade de culto religioso, previstas na Constituição federal como direitos individuais e fundamentais do cidadão. 

No entanto, em entrevista ao site Mais Goiás, a jovem disse que embora feliz e disposta a voltar a pintar, está disposta a esperar a publicação da decisão no Diário Oficial da Justiça do Estado de Goiás (DJ-GO), para então reabrir seu ateliê.

Polêmica

Na época em que o caso tomou repercussão, Ana foi responsável pela arte de divulgação da 15ª edição do Festival Vaca Amarela. O Facebook, após pedidos de internautas católicos, chegou a excluir a publicação feita pela organização, que mais tarde se desculpou publicamente com o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz.