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domingo, 24 de novembro de 2024
Pesquisa

Número de médicos cresce mais de 600% em cinco décadas

Em janeiro deste ano, o Brasil registrou um total de 452.801 médicos. Sudeste é a região brasileira com maior número.

Postado em 20 de março de 2018 por Victor Pimenta
Número de médicos cresce mais de 600% em cinco décadas
Em janeiro deste ano

Em pouco menos de cinco décadas, o total de médicos no país
aumentou 665%, enquanto a população brasileira cresceu, no mesmo período, 119%.
Apesar do salto na quantidade de profissionais, a maioria deles permanece
atuando em capitais e grandes centros urbanos, cenário que compromete o
atendimento em municípios do interior do país.

Os dados fazem parte da pesquisa Demografia Médica 2018,
feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com o patrocínio
do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina de São
Paulo. O levantamento conta ainda com informações de bancos de dados da
Associação Médica Brasileira e da Comissão Nacional de Residência Médica.

De acordo com o estudo, em janeiro deste ano, o Brasil
registrou um total de 452.801 médicos – uma média de 2,18 profissionais para
cada grupo de mil habitantes. O Sudeste é a região brasileira com maior
densidade médica (2,81 profissionais para cada grupo de mil habitantes), contra
1,16 no Norte e 1,41 no Nordeste.

Dados do levantamento demonstram que somente o estado de São
Paulo concentra 28% do total de médicos no país. O Distrito Federal, por sua
vez, é a unidade federativa com a média mais alta (4,35), seguido pelo Rio de
Janeiro (3,55). Já o Maranhão mantém a menor densidade demográfica (0,87),
seguido pelo Pará (0,97).

Desigualdade

Apesar de a média nacional ter se fixado em 2,18 médicos para
cada grupo de mil habitantes, a pesquisa mostra que esse mesmo indicador difere
muito de uma região para outra. Apenas no Sudeste, onde moram 41% dos
brasileiros, estão concentrados 54% dos médicos. Já o Norte, onde vive 8% da
população brasileira, responde por 4% dos profissionais em atuação no Brasil.

De acordo com o relatório, as capitais brasileiras chegam a
registrar até quatro vezes mais médicos que municípios do interior. Juntas, as
27 capitais do país reúnem 23% da população brasileira e 55% desses
profissionais. A razão nas capitais é de 5,07 médicos para cada grupo de mil
habitantes, contra um índice de apenas 1,28 identificado no interior do país.

Mulheres e jovens

A pesquisa aponta que o crescimento no número de médicos vem
acompanhado de uma mudança no perfil dos profissionais no que diz respeito à
idade e ao gênero, com destaque para o que o relatório chama de feminização e
juvenização da categoria.

Os dados mostram que a participação da mulher no contingente
de médicos brasileiros é cada vez mais significativa. Atualmente, os homens
ainda são maioria entre os profissionais, representando 54,4% do total,
enquanto as mulheres somam 45,6%. O sexo feminino já predomina, por exemplo, entre
médicos mais jovens, sendo 57,4% no grupo até 29 anos e 53,7% na faixa etária
de 30 a 34 anos.

Outra constatação citada pelo levantamento é que a média de
idade do conjunto de profissionais em atividade no Brasil tem caído ao longo
dos anos. Atualmente, o índice é de 45,4 anos, resultado do aumento da entrada
de novos médicos no mercado em razão da abertura de mais cursos de medicina. A
média de idade entre os homens é de 47,6 anos e, entre as mulheres, de 42,8
anos.

Especialidades

Quatro especialidades médicas representam 38,4% de todos os
médicos titulados no país. Clínica médica aparece em primeiro lugar, com 42.728
titulados ou 11,2% do total, seguida por pediatria, com 39.234 titulados e
10,3% do total; cirurgia geral, com 34.065 titulados e 8,9% do total; e
ginecologia e obstetrícia, com 30.415 titulados e 8% do total.

Na sequência de especialidades com mais número de títulos
estão anestesiologista (6%); medicina do trabalho (4,2%); ortopedia e
traumatologia (4,1%); cardiologia (4,1%); oftalmologia (3,6%); e radiologia e
disgnóstico por imagem (3,2%). Essas seis especialidades, somadas à quatro
listadas anteriormente, representam 63,6% de todos os títulos.

Na outra ponta, oito especialidades têm menos de mil
titulados cada, sendo genética médica a área com menor número: 305
especialistas e 0,1% do total. As demais são radioterapia; cirurgia da mão;
medicina legal e perícia médica; medicina esportiva; medicina física e
reabilitação; e medicina nuclear, todas com 0,2% do total de titulados; além de
cirurgia torácica, com 0,3%.

Um total de 59 áreas de atuação reconhecidas no país e que
são derivadas, relacionadas ou ligadas às especialidades em questão não fizeram
parte do levantamento.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Internet)

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