Pelo 2º dia, Sarkozy depõe sob custódia
A polícia tem até
um máximo de 48 horas para fazer o interrogatórioantes de decidir se deve apresentá-lo ao
juiz para eventual acusação
O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, depõe sob custódia ontem (21) pelo segundo dia consecutivo, pela suspeita de ter recebido dinheiro do ex-líder da Líbia, MuammarGaddafi, na campanha eleitoral de 2007, um procedimento que pode levar à sua acusação.
Os veículos de imprensa que estão em frente à Polícia Judicial de Nanterre afirmaram que Sarkozy, que voltou anteontem (20) à noite para sua casa, chegou ao local antes das 8h (hora local, 4h de Brasília) para iniciar uma nova sessão de interrogatórios.
A polícia, que o convocou, na terça, pela primeira vez (no início da manhã), tem até um máximo de 48 horas para fazer o interrogatório antes de decidir se deve apresentá-lo ao juiz para uma eventual acusação, se deixa o ex-presidente francês em liberdade ou o convoca novamente.
É a primeira vez que o chefe do Estado entre 2007 e 2012 comparece neste sumário aberto em abril de 2013 sobre a base de documentos provenientes do regime de Gaddafi, cuja queda, em 2011, a França participou ativamente com uma intervenção militar.
Também prestou depoimento ontem, mas com um estatuto livre, o ex-ministro do Interior e antigo braço direito de Sarkozy, BriceHortefeux, que deixou uma mensagem em sua conta no Twitter em que ele considera que “os detalhes apresentados devem permitir encerrar uma sucessão de erros e mentiras”.
Tática é negar envolvimento
Uma posição que está em concordância com a do ex-presidente até agora: negar todo envolvimento e desacreditar aqueles que o acusam, em particular, o traficante de armas e intermediário ZiadTakieddine, que, em 2016, reconheceu ter levado pessoalmente 5 milhões de euros entre o final de 2006 e início de 2007 para a caixa de campanha de Sarkozy.
A razão de uma convocação agora, quatro anos depois da abertura da investigação judicial e 11 anos após os acontecimentos, tem a ver com os elementos compilados por investigadores, em particular, os depoimentos de ex-dignitários líbios.
Segundo o jornal Le Parisien, alguns desses testemunhos não foram incorporados ao sumário, de modo que são conhecidos apenas por policiais e juízes. (Agência Brasil)