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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
MÚSICA

Badi Assad encerra o Festival Juriti neste domingo (25)

Cantora traz para a Capital um misto de seus trabalhos, incluindo músicas de seu mais recente disco, ‘Singular’

Postado em 24 de março de 2018 por Sheyla Sousa
Badi Assad encerra o Festival Juriti neste domingo (25)
Cantora traz para a Capital um misto de seus trabalhos

GABRIELLA STARNECK*

A cantora Badi Assad encerra o 6º Juriti – Festival de Música e Poesia Encenada, neste domingo (25), no Espaço Sonhus (anexo ao Colégio Lyceu). Acompanhada por seu violão, Badi apresentará  um repertório variado que inclui músicas do último disco, Singular, retrospectiva de carreira e outras novidades do novo show que estreia em breve. A artista há muitos anos não se apresenta na cidade. 

“Levarei um apanhado de tudo: um pouco do último show que foi uma comemoração dos meus 25 anos de carreira – com as músicas mais representativas da carreira –, músicas do meu último lançamento (Singular), assim como uma pitadinha do que será o show da Volta ao Mundo. Ou seja, quem estiver lá terá um banho de Badi”, brinca a cantora, que falou ao Essência. 

Juriti

Segundo um dos coordenadores do evento, Carlos Pereira, o 6º Juriti – Festival de Música e Poesia Encenada objetiva fortalecer a música e a poesia autoral. O coordenador ainda afirma que, embora seja um evento competitivo, o festival promove uma integração positiva entre os participantes: “O Juriti é muito importante, porque ele ajuda a divulgar os artistas. A banda Chá de Gim, por exemplo, se formou no festival. O Juriti tem essa força de contribuir para que as pessoas que lidam com as arte alcem voo”. 

Badi Assadi também comenta sobre a importância do Festival para a cidade:  “Toda a proposta de incentivar a cultura pela arte – não apenaspelo entretenimento – é não somente válida, como também necessária. Ainda mais em tempos onde bombardeamentos de arte rasa, vulgar e não representativa de uma nação que pensa, se alastram”.

Expectativa

Em relação à apresentação em Goiânia, Badi Assadi afirma que o público pode esperar emoções diversas – ele vai querer se mover, sorrir e abraçar seu ente querido. “Minha expectativa sempre é a de oferecer o melhor de mim. Quanto ao público, espero que ele possa entrar nesta viagem comigo, pois, quanto mais relaxarem e abrirem corações e mentes, mais emoções teremos, e o show pode enfim tomar dimensões transformadoras”, destaca a cantora.

Já em relação ao repertório, Badi aponta: “O público ouvirá releituras minhas para músicas conhecidas, como Ai que saudade d’ocê e Asa Branca, além de ouvir minhas próprias canções em parceria com Chico César e Zélia Duncan. Além disso, músicas do cancioneiro internacional e algo de minhas incursões mais experimentais. Os presentes também vão se divertir com minha proposta de ‘mulher-banda’, e os entendidos em violão vão poder curtir o aspecto instrumental que percorre uma camada paralela durante todas as músicas onde canto, que são praticamente 100% da apresentação. Afinal, vão assistir a uma cantora que é violonista, e não somente que se acompanha ao violão. Isso faz toda a diferença!”, destaca Badi Assadi. 

Badi Assad

A cantora, violonista e compositora, que completou no ano passado 25 anos de carreira, lançou 14 discos no Brasil e no exterior ao longo de sua carreira. Ela conseguiu reconhecimento nacional e internacional pelo seu trabalho diversificado esteticamente e também pela criação de novas versões para clássicos da música brasileira e mundial. Em seus trabalhos, seja compondo, interpretando ou cantando, Badi sempre busca romper o lugar comum, experimentando, criando e explorando novos sons, modificando formas tradicionais e inovando no violão, com efeitos vocais e percussivos.

A artista Já fez shows e parcerias com grandes nomes da música popular brasileira e internacional, conquistando o respeito também de grandes instrumentistas e compositores. Em seu último álbum, Singular (Hatched nos EUA e Europa), lançado em 2016, Badi traz músicas autorais, parcerias (Sérgio Assad, DavedLevitan e Zélia Duncan) e releituras  que atribuem roupagem brasileira à músicas do pop alternativo internacional, selecionadas de jovens artistas como Lorde, Alt-J, Mumford & Sons, Hozier e Skrillex. 

Além do seu mais recente álbum, a cantora resolveu se aventurar em novas áreas, e vai e lançar seu primeiro livro, Volta ao Mundo em 80 Artistas, no próximo mês de abril. Inclusive, Abadi irá apresentar uma pequena prévia da nova turnê baseada na obra. O livro trará 80 crônicas sobre artistas da música, de cada canto do mundo, que marcaram e influenciaram sua vida e trajetória profissional. Atualmente, a cantora vem dividindo sua agenda entre compromissos no Brasil e no exterior, participa deiniciativas humanitárias relacionadas a música, como o projeto internacional Saffron Caravan, The Genesis World Music, dentre outros.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Show com Badi Assad no Juriti

Quando: domingo (25) às 21h

Onde: Espaço Sonhus – anexo ao Colégio Lyceu (Rua 18, esq. c/21, nº10, Setor Central – Goiânia)

Entrada gratuita

Entrevista : Badi Assad 

Badi, conte-nos  como surgiu o seu interesse pela área musical.

Eu nasci em uma família de músicos, portanto a música era algo tão natural quanto comer quando estivesse com fome. Eu não escolhi a música; ela é que me escolheu (risos). 

Quais são suas principais influências musicais?

Já percorri várias fases distintas com relação à minha música e, em cada uma delas, recebi influências diretas. Quando começei a tocar violão, obviamente minha maior influência foi a do meu pai e irmãos – o conceituado duo Assad. Depois que me afastei da música erudita e me aprofundei na brasileira, vieram Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Uakti. Mais tarde, quando me iniciei no canto, Tori Amos, Bob Mcferrin, Björk, Aziza Mustafa e Zadeh – todos esses artistas estão presentes em meu livro Volta ao Mundo em 80 Artistas, que lançarei em abril. 

Quais aspectos você ressalta como mais relevante ao longo desses quase 26 anos de carreira?

Ter conseguido viver sempre da minha arte – sem nunca conceder aos caprichos do sucesso; ter participado dos melhores festivais de jazz do mundo; ter sido selecionada entre os melhores violonistas da história do Brasil; ter cantado no l’opera de Paris e ter descoberto a música como sendo meu veículo de cura e minha maior forma de autoconhecimento. 

Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou durante sua trajetória musical?

Quando tive distonia focal – perdi praticamente 90% de minha habilidade de tocar – e tive que me reinventar. No entanto este foi um dos momentos mais transformadores e profundos da minha carreira. 

Qual aspecto caracteriza a identidade dos seus trabalhos?

Curiosidade, liberdade e dedicação. Minha música eu diria que pode ser definida como MUB (Música Universal Brasileira). 

Dos 14 discos que você já lançou no Brasil e no exterior, qual você diria ser o mais marcante? Por quê?

Não tem o mais marcante, pois todos tiveram seus momentos de pico: Solo (por ter sido o primeiro); Rhythms (por ter ganho prêmios); Echoes Of Brazil (por ter sido meu único instrumental); Verde (por ter sido meu retorno depois da distonia); Wonderland (por ter me rendido vários prêmios); Cantos de Casa (por ser meu primeiro infantil) e Singular (por ser minha última cria).

Você resolveu se aventurar e escrever seu primeiro livro: ‘Volta ao Mundo em 80 Artistas’. Como surgiu a ideia de criar esse novo projeto, e quais foram as maiores dificuldades para concretizá-lo?

Há alguns anos, eu fui convidada por uma editora da revista TOP Magazine, a Melissa Lenz, para ter uma coluna musical, semanal, no blog da revista que iria ser lançada. Eu recebi o convite como um grande desafio, já que nunca tinha feito nada do gênero, mas, como gosto de desafios, depois a própria revista impressa me convidou para escrever. Dois anos depois, eu percebi que tinha material o suficiente para um livro, mas a ideia de publicar apenas aqueles textos soou pouco para mim. Foi quando tive a ideia desta volta ao mundo, e tornar tudo mais pessoal. Para a publicação, tive o prazer de conhecer, através da própria Melissa, o trabalho da Pólen, e nos encantamos mutuamente. Voilà, nossa cria nasceu.

Qual a expectativa para o lançamento do seu primeiro livro, e qual é a proposta da obra?

A expectativa é que as pessoas curtam a leitura, assim como eu de tê-la escrito. Já a proposta é um mergulho na vida desses artistas que, de alguma forma, entrecruzaram suas vidas à minha – em uma forma de homenagem. Me interessei em pesquisar suas biografias de um jeito que me revelasse o porquê de serem quem são e de criarem o que criaram. O lugar onde nasceram com sua distintas culturas, geografias e, através dessas histórias, vou contando um pouco da minha também. 

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