O médico Gustavo Safatle Barros foi indiciado por lesão
corporal, danos morais, injúria e ameaça contra a motorista de um carro durante
uma confusão no trânsito, em Goiânia. Segundo o delegado Izaías Pinheiro, a
decisão ocorreu pois foi constatado que o condutor do veículo assumiu o risco
de lesionar a vítima, de 35 anos, ao quebrar o vidro do carro que ela dirigia. O
delegado indiciou Barros, no último dia 16, quando também enviou o inquérito ao
Tribunal de Justiça, onde já está em andamento.

“Os crimes foram comprovados pelas imagens, depoimentos de
testemunhas, oitivas dele e da vítima. A única coisa que diverge é quando a
vítima fala que ele também teria usado violência corporal contra ela, e não só
a lesão causada pelo vidro”, disse o titular do 1º Distrito Policial.

A defesa informou que o médico se sente injustiçado e que
está sofrendo um linchamento moral, disse ainda que também não vai se pronunciar
sobre a decisão. Além disso, a
assessoria destacou que confia na avaliação do Poder Judiciário do que
realmente ocorreu.

A confusão ocorreu no dia 27 de janeiro, no Setor Aeroporto.
Imagens de câmeras de segurança registraram quando o carro da vítima, que
estava com uma amiga no banco do passageiro, entrou na contramão da via e,
depois, voltou de marcha à ré. Pouco depois, o veículo parou, e outro carro
estacionou em frente e o médico desceu.

A vítima que dirigia o carro no momento da discussão afirma
que entrou na Avenida Ismerino Soares de Carvalho na contramão por engano. Quando
percebeu o erro, tentou voltar com o carro na marcha ré, mas foi seguida pelo
motorista do outro carro.

“Ele já tinha saído do carro, já estava nos abordando com
chutes, socos, até que ele conseguiu quebrar o vidro do carro no meu rosto
enquanto estava tentando me socar. Eu já entrei em choque e foi onde eu
paralisei”, contou.

Apavorada, a passageira do veículo disse que pediu desculpas
por estarem na contramão, mas não adiantou. “Eu falei para ele: ‘Moço, pelo
amor de Deus, desculpa, vai embora. ‘ Ele falou assim: ‘Eu vou é pegar uma arma
no carro e vou dar um tiro na cabeça de vocês’. Eu pensei que poderia morrer
ali naquela situação”, afirmou.

Versão do médico

Em depoimento ao delegado, o médico negou ter agredido as
mulheres. “Ele alegou que teria quebrado o vidro do lado do passageiro com
intuito de pegar as chaves porque acreditava que elas estivessem
embriagadas”, explicou Pinheiro.

Barros reconheceu que ficou nervoso porque o filho se
machucou. “O médico disse que teve de frear bruscamente, e o filho dele
bateu a boca no banco, teve um sangramento. Por isso, ele desceu, realmente,
nervoso”, disse o delegado.

 Com informações do G1 Goiás