Homem morre com suspeita de H1N1, em Goiânia
O total de casos da doença em estágio grave no estado chega a 44, conforme último boletim da Secretaria de Estado de Saúde
O aposentado José Dias, de 52 anos, morreu neste sábado (7), com suspeita de H1N1, em Goiânia. Segundo a família, ele foi diagnosticado no Cais Cândida de Morais e, a suspeita se manteve após ser transferido para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
“Os médicos disseram que ele estava com H1N1. Ele foi internado domingo (1º) no Cais e no dia 3 ele foi transferido para o hospital. Nos dois lugares disseram que era isso que ele tinha. Ele foi piorando a cada dia e morreu nessa madrugada”, contou a sobrinha dele, a empresária Cristina Cordeiro Azevedo, de 50 anos.
O HDT informou que o paciente estava internado com doença respiratória grave e faleceu nesta madrugada, mas não confirmou suspeita ou diagnóstio de H1N1. Já o Cais Cândida de Morais não ateneu às ligações da reportagem feitas no início desta tarde.
A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou, por meio de nota, que “o caso do senhor José Dias está em investigação”. O órgão disse ainda que “o material biológico coletado no Cais Cândida de Morais foi enviado para o Laboratório Central (Lacen)”.
Estado de alerta
Há cinco mortes confirmadas por causa da doença em Goiás este ano. Do total, duas foram de moradores da capital, outras duas de Trindade – onde houve surto da doença na Vila São Cottolengo – e uma de Jaupaci. O estado está em situação de alerta por causa da doença.
O total de casos da doença em estágio grave no estado chega a 44, conforme último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO). Estão confirmados ainda outros cinco casos de H3N2, um de Influenza B e um total de 274 pessoas diagnosticadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) com outras causas.
A notificação das doenças não é compulsória desde 2012 e, por isso, não são compiladas todas as ocorrências. Também conforme o relatório, uma pessoa morreu por H3N2 e outras 35 por outras variações da Srag.
Ações de combate
Para combater o avanço das doenças, o governo do estado criou um comitê que vai debater sobre ações e levantar o que ainda é necessário ser feito. Uma das primeiras ações foi a reserva de 30 leitos de hospital para casos graves das influenzas.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou que, entre as medidas a serem adotadas para atender plano de contingência, estão: reorganização de leitos, enfermarias isoladas, atualizações para profissionais da área com informações sobre protocolos e início da campanha de vacinação.
Preocupação
Entre os mortos por H1N1 está um pediatra da SMS, que teria se contaminado atendendo pacientes, segundo a família. Após confirmação, a população passou a procurar clínicas de vacinação e enfrentaram longas filas para conseguir as doses. Unidades precisaram repor doses.
A campanha do Ministério da Saúde foi adiada em uma semana e só vai começar em 23 de abril. De acordo com o governo federal, houve problemas na entrega das doses.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou ao G1, por telefone, que a possibilidade de antecipação da vacinação contra H1N1 em Goiás ainda está sob avaliação.
Segundo SES-GO, a vacinação é importante todos os anos porque os vírus sofrem mutações e, a cada nova dose, a vacina protege contra um novo tipo.
O órgão lembra que os grupos prioritários na imunização são: crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos, gestantes, puérperes (mulheres que deram à luz há 40 dias ou menos), servidores da saúde, professores, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, presos, servidores do sistema prisional idosos e pessoas com doenças crônicas.
A gripe H1N1
O médico infectologista Boaventura Bras explica que os principais sintomas da gripe H1N1 são os mesmos de um estado gripal comum, como febre que dura entre 3 e 5 dias, tosse seca, secreção e dores no corpo. A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel.
Caso a pessoa tenha algum sintoma da doença, ela pode procurar qualquer unidade de saúde e, lá, será dado o encaminhamento adequado a ela, de acordo com a gravidade da doença.
Quem pode se vacinar?
Podem se vacinar bebês a partir de 6 meses de idade. A vacina é contraindicada apenas para aqueles que têm alergia a ovo, segundo o médico infectologista.
Quem já teve H1N1 pode contrair a doença de novo?
“Pessoas que já tiveram comprovadamente a gripe H1N1 têm uma resistência maior ao vírus, então seria mais difícil contrair novamente. Porém, o vírus sofreu modificações e ele também pode ser infectado por outros vírus dentro da influenza”, explicou o médico.
Além disso, familiares de pacientes com o vírus também precisam tomar cuidados especiais. “Os parentes também precisam tomar o mesmo medicamento, mas em uma dose menor, mas tudo com orientação médica”, completou.
Fonte: G1 Goiás