ONU teme que situação no País da Síria fique “fora de controle”
Secretário-geral Antônio Guterres pediu que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na região, onde há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011
“Peço a todos os
Estados-membros para que mostrem moderação nestas perigosas circunstâncias”,
afirmou Guterres.
O
secretário-geral pediu a todas as partes que respeitem a Carta das Nações
Unidas e o direito internacional, em geral, e acrescentou que é
responsabilidade do Conselho de Segurança manuter a paz e a segurança.
Guterres pediu
que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na região, onde
há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011 e já deixou
centenas de milhares de mortos.
A sessão de
urgência do Conselho de Segurança da ONU foi convocada a pedido da Rússia, após
o ataque de mísseis realizado pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra
alvos na Síria, na madrugada deste sábado.
De acordo com o
Departamento de Defesa dos Estados Unidos, foram lançados 105 mísseis contra
alvos supostamente relacionados à produção de armas químicas.
O bombardeio
ocorreu poucas horas antes da previsão de visita de uma equipe de
investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) para
avaliar se houve uso de gás cloro em um ataque que deixou dezenas de mortos em
Duma, na Síria, na semana passada.
Em comunicado, o
Exército sírio garantiu que as forças de defesa antiaérea derrubaram “a
maioria” dos 110 mísseis lançados contra posições em Damasco e na província de
Homs. Além disso, três civis ficaram feridos.
Rússia
Durante a
reunião do Conselho de Segurança, o embaixador Russo, Vasyl Nebenzia, disse que
“a situação na Síria representa atualmente a ameaça mais séria contra a paz e a
segurança internacional”.
O diplomata
acusou os Estados Unidos e seus países aliados de “pisotear” o
direito internacional pelo ataque lançado e qualificou como “vergonhosas”
as justificativas legais utilizadas. “Os senhores estão pisoteando a Carta das
Nações Unidas e o direito internacional”, afirmou.
Para Nebenzi, a
justificativa dos Estados Unidos foi “vergonhosa”. Mais cedo, o
secretário de Defesa norte-americano, James Mattis, deu como base legal para o
ataque a necessidade de proteger os interesses dos Estados Unidos e de cumprir
o Artigo 2 da sua Constituição.
“É
vergonhoso que para executar uma agressão [a outro país] se invoque um artigo
da Constituição dos Estados Unidos”, disse o diplomata russo. “É hora
de entender que o código internacional que regula o emprego da força está
definido pela Carta das Nações Unidas”, acrescentou.
O diplomata
pediu ainda que o Conselho de Segurança condene o ataque e trabalhe para
impedir novas agressões contra a Síria, com o argumento de que o uso da força
pouco contribui para o processo de paz.
Armas preparadas
e carregadas
Já a embaixadora
dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse que o país têm suas próprias
armas “preparadas e carregadas” para uma nova ofensiva contra a
Síria, caso haja novo ataque com uso de armas químicas.
“Estamos
preparados para manter a pressão, se o regime sírio for tão estúpido a ponto de
pôr a toda prova nossa vontade”, disse a embaixadora durante a reunião.
De acordo com
Nikki Haley, o ataque conjunto foi uma “mensagem clara” de que não se permitirá
que o regime de Assad continue usando armas químicas.
Segundo Haley,
os Estados Unidos têm “informação clara de que está demonstrada a culpabilidade
de Assad” nesse suposto uso de armas químicas em Duma.
A embaixadora
contou que conversou hoje com o presidente Donald Trump e ele disse que,
“se o regime sírio usar esse gás venenoso de novo, os Estados Unidos têm
suas armas preparadas e carregadas”.
Com informações da Agência Brasil.