Mulheres terão histórica participação nas eleições de 2018
A quantidade de mulheres em campanha nas eleições para o Congresso e estados é um recorde: a expectativa são de 77 candidatas ao governo – mais que o dobro do recorde anterior, em 1994
O número de mulheres candidatas nas primárias das eleições
deste ano nos Estados Unidos é o maior da história. Em 6 de novembro deste ano,
nas chamadas eleições de meio-termo, os norte-americanos irão escolher 36
governadores e parlamentares destes respectivos estados.
A quantidade de mulheres em campanha nas eleições para o
Congresso e estados é um recorde: a expectativa são de 77 candidatas ao governo
– mais que o dobro do recorde anterior, de 1994, quando 34 mulheres entraram
nas disputas estaduais. Os números são do Centro para Mulheres Americanas na
PolÃtica (livre tradução para Center for American Women Politics, CAWP, sigla
em inglês).
As candidaturas ainda estão na fase inicial, mas as
pré-candidatas estão em plena campanha. Os diretórios democrata e republicano realizam
até julho as primárias, as votações dentro dos partidos em que se definem as
candidaturas que serão homologadas.
O Congresso será reconfigurado com a renovação de um terço
do Senado (35 senadores) e a totalidade da House of Representatives (Câmara dos
Deputados), com a eleição de 435 representantes.
Atualmente as mulheres representam 20% do Congresso
norte-americano, com 23 senadoras e 84 representantes. Neste ano, segundo o
CAWP, 172 mulheres entrarão na disputa para a Câmara de representantes e 57
para o Senado.
Fator Trump
A maioria das candidatas compõem a base democrata. A
imprensa norte-americana aponta que a vitória de Donald Trump motivou mais
mulheres a participarem das eleições deste ano. Analistas avaliam que um
sentimento de frustração após a derrota de Hillary Clinton, em 2016, acabou
motivando a participação feminina.
Durante a campanha, Trump atacou Hillary em diversas
ocasiões e fez insinuações sobre sua saúde ou capacidade de governar. Além
disso, ele tem sido alvo de várias denúncias de assédio sexual, muitas delas já
concretizadas em ações judiciais contra o presidente. A diretora do Centro de
Mulheres Americanas na PolÃtica, Debbie Walsh, acredita que o sentimento
anti-Trump “despertou” mulheres com um tipo diferente de currÃculo
para a polÃtica.
Diversidade
Em um comunicado do CAWP, ela diz que outro caracterÃstica
das eleições deste ano é a maior diversidade de perfil das candidatas. Não só
há mais mulheres, como também mais representantes negras e da comunidade
imigrante.
O centro destaca que currÃculos diversos estão no páreo.
Entre elas, veteranas de carreiras públicas como Mikie Sherrill, que está na
disputa entre os democratas em Nova Jersey. Ela foi piloto de helicópteros da
Marinha antes de se tornar promotora federal.
Ao menos duas das candidatas ao governo, Krish Vignarajah,
em Maryland, e Kelda Roys, em Wisconsin já participaram de campanhas em defesa
da amamentação e apareceram amamentando seus filhos publicamente, em debates
polÃticos.
Para Debbie Walsh, isso também mostra uma tendência de
mudança no estereótipo do que deve ser uma mulher na polÃtica. Ela completa que
várias mulheres que estão concorrendo este ano são jovens e solteiras.
“A imagem das mulheres na polÃtica vestidas de terninho
vermelho, que apresentavam uma vida uma vida familiar perfeita e mantinham
histórias pessoais discretamente em segundo plano, ao que tudo indica está
sendo trocada por mulheres que mostram a realidade do que são”, explica
Debbie.
Em novembro do ano passado, uma candidata transexual venceu
pela primeira eleições legislativas. Danica Roem foi eleita representante da
Assembleia Legislativa no Estado da Virginia.
Outro nome que chama atenção é o da atriz é ativista
nova-iorquina Cynthia Nyxon, uma das protagonistas da série de grande sucesso
Sex And The City. Ela vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto na
disputa primária das eleições ao governo do Estado de Nova York.
De perfil progressista, a atriz oficializou a candidatura em
março e disputará a vaga nas primárias com Andreo Cuomo, que busca a reeleição.
Em menos de dois meses de campanha ela tirou 16 pontos do atual governador nas
pesquisas de intenção de voto. Se conseguir vencê-lo nas primárias em julho,
ela ficará mais perto de se tornar a primeira mulher governadora de Nova York,
e a primeira declaradamente homossexual a ocupar um cargo executivo nos Estados
Unidos.
Com informações da Agência Brasil.