Doenças bucais podem ocasionar nascimentos de bebês prematuros
As doenças bucais aumentam os níveis dos fluidos biológicos que estimulam o trabalho de parto
Há cada vez mais evidências sugerindo a existência de uma relação entre as enfermidades gengivais e os nascimentos de bebês prematuros. Estudos mostram que as gestantes portadoras de enfermidades gengivais têm mais propensão a dar à luz a bebês prematuros e abaixo do peso normal. Mais estudos devem ainda ser feitos para que se estabeleça de que maneira as enfermidades gengivais afetam a gestação.
Os dados também sugerem que, quando uma enfermidade gengival piora durante a gravidez, o risco de o bebê nascer prematuro aumenta ainda mais. “As doenças bucais aumentam os níveis dos fluidos biológicos que estimulam o trabalho de parto”, afirma o dentista Leonardo Lara.
Ele conta que a melhor alternativa para uma mulher que está pensando em engravidar é ir ao dentista e resolver todos os problemas bucais antes de ficar grávida. Leonardo explica que, durante a gestação, os dentes e gengivas da futura mamãe precisam de cuidados especiais. “Uma higiene bucal adequada, o uso diário do fio dental, uma alimentação equilibrada e visitas periódicas ao dentista são medidas que ajudam a reduzir os problemas dentários que acompanham a gestação”, explica.
Leonardo comenta que, mantendo seus dentes sempre limpos, especialmente na região do colo dentário – área em que a gengiva e os dentes se encontram –, pode reduzir significativamente ou até resolver alguns problemas bucais durante a gravidez.
Ele explica que é importante informar ao dentista que a mulher está grávida. “É melhor marcar uma consulta entre o quarto e sexto mês de gravidez, porque os três primeiros meses são os mais importantes no desenvolvimento da criança. No último trimestre da gravidez, o estresse associado com a consulta ao dentista pode aumentar a incidência de complicações pré-natais”, orienta.
Medicamentos
Na maior parte dos casos, radiografias, anestésicos, medicação contra a dor e antibiótico não são receitados, durante o primeiro trimestre da gravidez, a não ser que sejam absolutamente necessários. “Além disso, sentar-se em uma cadeira de dentista, nos últimos três meses da gestação, pode ser algo muito desconfortável. Há também evidências de que as gestantes podem ser mais suscetíveis à náusea. Mas, com certeza o dentista está preparado para ajudar a mulher nesta situação”, lembra o profissional.
O dentista explica que, se a mamãe precisar fazer uma consulta de emergência, é importante avisar o consultório que está grávida antes de chegar lá. “Informe a respeito de qualquer tensão que estiver sofrendo, abortos naturais anteriores e medicamentos que esteja tomando. Tudo isso pode influenciar na forma pela qual o dentista vai atender e tratar a futura mamãe”, esclarece.
Leonardo ainda explica que, se o dentista prescrever qualquer medicamento, a mulher não deve aumentar a dosagem recomendada, mesmo no caso de uma simples aspirina, pois pode colocar em risco a gestação.