Mãe que matou bebê e escondeu o corpo vai à júri popular
Professora teria asfixiado a criança enquanto ela dormia e escondido o corpo durante 5 anos. O Advogado da ré defende que o crime seja desqualificado, alegando que ela estava com depressão pós parto
O julgamento da professora Márcia Zacarelli Bersaneti, de 37
anos, que é acusada de matar a filha recém-nascida e esconder o corpo, por
cinco anos, dentro de uma caixa no escaninho do prédio onde morava, em Goiânia,
foi marcado para o no dia 1º de agosto pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara,
da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida.
Márcia confessou ter matado a filha para a Polícia Civil, e disse ter asfixiado o bebê enquanto ela dormia.” Ela começou a chorar. Estava começando a chover. Eu olhava para ela, depois ela dormiu de novo. Apertei o narizinho dela”, disse a acusada em sua confissão a polícia.
Ela responde o processo em liberdade e vai a júri popular por decisão do juiz, a
sessão ocorrerá no Fórum Civil, na capital. O Ministério Público Estadual
(MP-GO) pede que a ré seja condenada por homicídio duplamente qualificado, por
motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O advogado dela, Paulo Roberto Borges da Silva, defende que
o crime seja desqualificado para infanticídio, alegando que ela matou a filha
motivada pela ocorrência de Psicose Puerperal, conhecida como Psicose Pós-Parto.
“Ela estava em estado puerperal, que é o período até 30 dias
depois do parto, e enfrentava depressão pós-parto. A pessoa fica sem
discernimento e acaba atingindo a criança. Ela também estava sem apoio do
marido e várias outras situações familiares que agravaram a situação dela”,
disse.
Crime
A professora foi presa no dia 9 de agosto de 2016, quando o
ex-marido dela encontrou o corpo do bebê no escaninho do prédio em que a mulher
morava, em Goiânia. Após ser detida, a mulher confessou que matou e escondeu o
cadáver no local.
Ela deu à luz uma menina no dia 15 de março de 2011. Segundo
as investigações, ela ligou para um amigo que a levou para o hospital quando
começou a sentir contrações. Esse amigo ainda deu R$ 3 mil para que a
professora fizesse o parto cesárea.
A criança nasceu saudável e, um dia após o parto, realizado
em uma maternidade particular da capital, a professora recebeu alta.
Na época em que foi presa, a mulher contou à polícia que o
marido, de quem ela se separou em 2015, era ausente, que viajava muito e não
tinha conhecimento da gestação.
“A mãe confessou que, desesperada, com medo que o
marido descobrisse a traição, porque ele já tinha feito vasectomia, e sem jeito
de levar a criança para casa, asfixiou a menina e guardou o corpo dentro do
guarda roupa dela por 20 dias”, disse a delegada Ana Cláudia Stoffel,
responsável pelo caso.
O marido negou à polícia que soubesse da gravidez. Ele disse
que acompanhou a professora algumas vezes ao médico, mas acreditava que ela
estava fazendo um tratamento hormonal.
Márcia foi solta da cadeia no dia 5 de outubro de 2016, com
a condição que cumprisse medidas cautelares. Desde então, ela aguarda a tramitação
do processo em liberdade.