Fase de ouro da aprendizagem: Educação pensada para o futuro
Estudo bilíngue já é realidade em muitas escolas e vem com um ‘plus’ de preparação tecnológica, emocional e humana da criança para o mundo
RIMENE AMARAL ESPECIAL PARA O HOJE
A fase de ouro da aprendizagem. Provavelmente você já deve ter ouvido falar ou leu em algum lugar sobre esta expressão. Desde o ventre materno, a criança está em formação e desenvolvimento, em um longo aprendizado. Esta fase de ouro começa ainda na gestação e vai até os 6 anos de idade. “Esta é a fase mais importante para a formação de qualquer indivíduo. Mais importante até do que a ‘parte final da carreira’, a universidade”, explica o médico pediatra, empresário e educador Fernando Rassi Nader. O que ele quer dizer é que, para chegar lá, no topo dos estudos, tudo deve começar na fase mais importante, que é a chamada fase de ouro da aprendizagem. Esse é o período em que a criança aprende de forma natural, da mesma forma como aprendemos a língua-mãe.
Segundo Fernando, nessa fase tudo é mais natural, e a criança não percebe que está num ambiente de formação e de capacitação. Ela aprende com brincadeiras, fazendo atividades que são rotineiras na vida dela: cantando, dançando, jogando, brincando e interagindo com os colegas de escola. Esta é, sem dúvida, a fase mais importante de formação. “E os trabalhos científicos, hoje, mostram que, quando a criança começa esse desenvolvimento do segundo ou terceiro idioma, nesta fase inicial, eles têm de aumentar a capacidade de processamento cerebral. E, consequentemente, aumenta-se a capacidade de raciocínio”. Estas, segundo ele, são crianças que estão saindo na frente. “Não que uma criança não possa adquirir outro idioma depois, mas, quando se aprende nessa fase inicial, usa-se uma parte do cérebro que é a mesma usada para se aprender a língua mater. Depois dessa fase, outras áreas do cérebro são usadas, o que deixa de ser um aprendizado natural, por assim dizer”, conclui o pediatra.
O jeito de trabalhar a formação do indivíduo desde criança também vem sendo mudado. Em algumas escolas, o desenvolvimento moral e humano é tão importante quanto o currículo regular. Com as transformações que vêm ocorrendo na forma de educar, é preciso antes mudar os processos para que haja uma mudança nos resultados. “Por isso é preciso mudar os processos. E o principal deles é a educação. Não adianta fazer reforma política, reforma econômica e tantas outras – que são necessárias – se não houver investimento pesado na educação”, desabafa Fernando. E educação de base, na fase de ouro, que vai atuar na formação completa do indivíduo. Esta é a grande reforma que o Brasil precisa fazer, de acordo com o educador. “Precisamos começar a pensar na formação de indivíduos, mas não na aquisição de conhecimento para a aplicação de provas e ingressos em universidades ou instituições de ensino superior. A gente precisa pensar em formação, proporcionando o melhor desenvolvimento emocional, no melhor processo de formação humana para crianças que vão viver num mundo onde as abordagens serão diferentes”, avalia ele.
1ª do Brasil. 16ª no mundo
Dentro de todo o processo evolutivo e atual da educação, há escolas que conseguem fazer muito mais do que apenas educar. Preparar o indivíduo para a vida, de forma humana e emocional, além de proporcionar conhecimento tecnológico, é uma visão de futuro que precisa ser levada em consideração quando o assunto é desenvolvimento. Abrir caminhos, sejam eles na mente ou mesmo físicos, para que os aprendizes possam explorar e aprender mais, é o sonho que o médico e educador Fernando Rassi já está conseguindo realizar. A escola que ele dirige, a Interschool Brasil – Escola Internacional de Goiânia – conquistou recentemente o 1º lugar no Brasil e 16ª colocação mundial entre 139 escolas, com a participação de aproximadamente 1.800 alunos, na British English Olympics, do grupo Oxford International, no Reino Unido. A classificação no ranking mundial coloca a Interschool entre as 20 melhores escolas bilíngues do mundo. A escola foi convidada para as competições pela primeira vez, em 2014, para participar em 2015, quando fez parte das olimpíadas enquanto projeto embrionário, agregando experiência e conhecimento necessários para que, em 2016, pudesse ser classificada para as semifinais pela primeira vez.
A escola trouxe uma premiação após sete meses de intensa preparação, que consiste em aulas específicas baseadas no guideline, com uma parte voltada para o treino acadêmico (falar inglês em público) e artes criativas (drama e música) com aulas todos os dias, além do treino e acompanhamento de inteligência emocional. Em 2017, a escola conseguiu se classificar novamente para as semifinais e trouxe três premiações de duas das sete provas aplicadas. Nesse mesmo ano, a escola também conquistou algo inédito: o 1º lugar no Brasil e 15º mundial entre 108 instituições de ensino, batendo escolas como Playpen e Brazilian International School, entre outras de grande renome nacional. Pela classificação no ranking mundial, a escola goianiense está entre as 20 melhores escolas bilíngues do mundo, segundo a classificação dada pela British English Olympics. Além disso, a classificação também coloca a Interschool Brasil como representante de um feito inédito na competição inglesa: uma escola brasileira a ficar entre as 20 melhores.
British English Olympics (BEO)
É um dos eventos internacionais mais importantes no Reino Unido, que desafia os alunos no campo acadêmico, desenvolvendo várias habilidades e projetos na língua inglesa. A BEO é realizada na Inglaterra e os alunos ficam instalados em colégios de acolhimento de grande prestígio nos arredores de Londres. A BEO existe desde 2008 e faz parte do grupo da Oxford International.
O participante visita a capital britânica e outros locais de interesse, como Cambridge ou Oxford. O objetivo da competição é incutir nos alunos um senso de independência e crescimento pessoal, bem como proporcionar novos caminhos e ideias sobre seu futuro através da imersão total na língua inglesa, a oportunidade de fazer novos amigos e entrar em contato com diferentes culturas.