O querer de Paula Toller
Cantora é atração do ‘Flamboyant In Concert’ nesta terça-feira (26).
Em entrevista ao ‘Essência’, ela revela planos e resgata memórias na Capital
Guilherme Araujo*
Caetano Veloso canta em O Quereres: Onde queres o ato, eu sou o espírito / E onde queres ternura, eu sou tesão / Onde queres o livre, decassílabo / E onde buscas o anjo, sou mulher / Onde queres prazer, sou o que dói / E onde queres tortura, mansidão / Onde queres um lar, revolução / E onde queres bandido, sou herói. Todos sentimentos que outrora se encaixariam, perfeitamente bem, na definição do que busca Paula Toller.
Com a certeza de que vozes femininas são largamente mais hábeis na função de tocar a alma e o espírito, e nada é comparável ao desejo de viver e de querer ser arte da artista que, aos 50 anos, já não precisa provar mais nada a ninguém.
Colhendo os frutos de uma carreira que a alçou ao posto de um dos nomes mais influentes da música nacional – e de que traz na bagagem de souvenires da vida boas histórias, uma veia artística invejável e incontáveis amores embalados pelos sucessos poéticos do Kid Abelha e de sua carreira solo, a cantora se apresenta em Goiânia, nesta terça-feira (26), como parte da programação do projeto Flamboyant In Concert. Os ingressos já estão esgotados.
Com repertório transbordando clássicos, retrabalhados para uma apresentação de caráter, e a fim de visitar os infinitos particulares de sua criação, em entrevista ao caderno Essência, Paula revela seus pecados, medos e a ambição de voltar a tocar em uma capital que independente do tempo, sempre a quis bem.
*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE
Entrevista: Paula Toller
Você está na estrada pelo País com a turnê ‘Como eu quero’. De onde surgiu a ideia de fazer esse show?
Este show é uma antologia de sucessos de toda minha carreira, por isso o nome dessa música, que é bastante simbólica. Normalmente, faço shows de um disco novo e canto alguns sucessos para animar o público, mas dessa vez a minha intenção foi tocar todas as músicas que marcaram, só que trazendo para uma levada mais básica, embalada por violões e muita vibração.
Daí a preocupação com uma performance ‘tête-a-tête’…?
Isso. O show Como eu quero apresenta uma escala mais humana, próxima do público, um clima íntimo, que permite ver a interação da banda, o olho no olho, o suor, e claro, os improvisos.
Qual a importância de unir no repertório sucessos já consagrados com canções do seu mais recente trabalho?
Do meu disco mais recente, o Transbordada, eu escolhi Calmaí, que é uma mensagem de conciliação, e O Sol desaparece, uma linda balada de fim de caso.
E por que escolher o Paulo Miklos como convidado especial para o evento?
Tenho uma admiração imensa pelo Paulo, já trabalhamos e cantamos junto em alguns sucessos do Kid Abelha e dos Titãs e acredito que só enriquece a experiência. Será lindo mais uma vez!
Esta não é a sua primeira vez no ‘Flamboyant In Concert’. O que você guarda de memória das apresentações anteriores?
Já estive no FiC algumas vezes e nunca me decepcionei. A plateia é animadíssima e sempre me recebeu com entusiasmo. Tocar em Goiânia é sempre um prazer!
E quanto à receptividade do público goiano? O que fica?
Acho o público maravilhoso! Fiquei sabendo que os ingressos já se esgotaram, inclusive e isso me deixa sempre muito feliz!”.
Ao longo de mais de 30 anos de carreira, o que você destaca como mais relevante?
Sempre me dediquei 100% a tudo em que me envolvi, posso dizer isto com convicção. Tive a sorte de fazer sucesso muito cedo, vivi momentos grandiosos, algumas frustrações também, mas, mesmo com toda experiência, continuo tendo paixão por essa arte de unir as pessoas através de uma canção bonita”.
O que podemos esperar de você para este ano?
Em 2018, minhas ações estarão unicamente voltadas à turnê! Em seguida, quem sabe?