HDT alerta para a gravidade das hepatites virais
Para alertar sobre o assunto, a unidade, que é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas realiza uma ação em todos os setores da unidade na segunda-feira (30)
Vinte e oito de julho é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em Goiás, de acordo com a Secretaria da Saúde (SES-GO), em 2017 foram notificados 806 casos de hepatites B. Desses, 89 foram notificados e confirmados no Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT/HAA), em Goiânia. Durante todo o ano, foram 192 notificações dos vírus A e B.
Para alertar sobre o assunto, a unidade, que é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas realiza uma ação em todos os setores da unidade na segunda-feira, dia 30, para sanar as dúvidas dos colaboradores sobre a patologia com esclarecimentos de um especialista do hospital.
Doença e sintomas
Hepatite é a inflamação do fígado e pode ser causada por vírus, uso de determinados remédios, álcool e outras drogas, e ainda por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Os sintomas podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Porém, muitas vezes a doença é silenciosa. Existem várias formas da patologia. As mais comuns são as causadas por vírus. As hepatites virais são classificadas como A, B, C, D e E.
No Brasil, as mais comuns são do tipo A – transmitida oralmente, especialmente por água contaminada -, e B e C – contágio principalmente por contato sexual e também pelo sangue por meio de seringas contaminadas.
Segundo estimativa do Ministério da Saúde (MS), no Brasil, as hepatites crônicas B e C infectam três milhões de pessoas, são responsáveis por mais de 50% das indicações de transplante de fígado, cerca de 70% das indicações de biopsia de fígado e por mais de 70% dos casos de câncer de fígado.
Assistência especializada
Em 2015, o HDT adquiriu o aparelho Fibroscan, equipamento de ultrassom, que, por imagem e de forma não invasiva é capaz de detectar a presença e o grau de fibrose hepática. Por meio dele, é possível inclusive detectar o estágio avançado da doença, conhecido como cirrose hepática – resultado final de anos de agressões ao fígado, o que provoca a substituição do tecido hepático normal por nódulos e tecido fibroso -, que leva à necessidade de um transplante de fígado.
Por meio desta aquisição, o hospital oferece gratuitamente exames de Elastografia Hepática Transitória (EHT), que chega a custar R$ 2.500 na rede privada. Cerca de 120 exames são realizados na unidade por mês.
O hepatologista do hospital, Rodrigo Sebba, explica que com o uso do equipamento o paciente não precisa ficar internado e o resultado pode ser obtido em até cinco minutos. “Mesmo não oferecendo resultado conclusivo para os casos intermediários, o uso do Fibroscan evita o procedimento da biópsia em dois grupos de pacientes”, relata o médico. Rodrigo ainda ressalta que a chance de cura com o tratamento correto chega a 95%.