Brasil movimenta economia tendo o terceiro maior mercado pet
Potencial de faturamento com animais de estimação atrai especialistas para congresso de zootecnia em Goiânia
A economia brasileira movimentou em 2017 R$ 20 bilhões no mercado de animais de estimação. Uma prosperidade que colocou o país no topo da arrecadação mundial com pets. Levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostra que só os Estados Unidos e o Reino Unido venderam mais produtos e serviços para bichinhos domésticos no ano passado.
Em todo o país, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra 55 milhões de cães e 22 milhões de gatos criados nos domicílios Brasil afora. Ricardo Vasconcellos, que é Phd em nutrição de cães e gatos pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), acredita que “os números expressivos, tanto de faturamento quanto de crescimento de pessoas interessadas em bichinhos de estimação, evidenciam a expansão desse mercado”.
Esse potencial do segmento de pets levou o comitê organizador do Congresso Zootecnia Brasil, que ocorre neste mês de agosto, em Goiânia, a incluir no evento discussões também sobre o mercado pet nacional. Ricardo Vasconcellos é um dos palestrantes. Ele abordará o tema Alimentação natural: o retorno ao passado? Implicações e cuidados. “Quando produzidos a partir de ingredientes frescos e processados por métodos menos agressivos à estrutura química dos nutrientes, os alimentos apresentam aproveitamento nutricional – digestibilidade – maior do que os alimentos processados”, ainda o especialista.
Vasconcellos explica que há na natureza cerca de 40 nutrientes indicados para cães e gatos. Apesar disso, a dieta do bichinho deve considerar a individualidade de animal, o que torna arriscado padronizar a alimentação do pet com base em receitas prontas, retiradas da internet, sem consultar um profissional da área.
Ricardo Vasconcellos salienta que o alimento para o pet representa cerca de 70% de todo orçamento mensal gastos pelos tutores de bichinhos de estimação. “Isso quer dizer que o setor é um dos mais promissores para quem quer investir”, argumenta o pesquisador de nutrição de cães e gatos. A possibilidade de ganhos com alimentação natural preparada para animais é o fator mais atrativo para 40% dos empreendedores interessados em investir no ramo pet, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Procura por qualificação
Os organizadores do Congresso Zootecnia Brasil comentam que vários participantes foram atraídos ao evento pelas oportunidades de negócio no mercado de pets. Para atender a essa busca por capacitação, foi preparado, entre as atividades do Congresso, o Simpósio de Animais de Estimação, marcado para o próximo dia 27. Famoso pela alcunha de Dr. Pet, o zootecnista Alexandre Rossi é uma das principais atrações do encontro. Em duas palestras, ele falará sobre o zootecnista como comportamentalista de pets e ainda acerca da socialização de filhotes pelo criador. O Congresso Zootecnia Brasil deve receber mais de 2,5 mil pessoas de todo o país. Ao todo, 150 palestrantes, de 12 nacionalidades, estarão em Goiânia para participar dos quatro dias do evento.