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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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COMEMORAÇÃO

Dia Mundial dos Animais é comemorado no dia 4 de outubro

Laboratórios buscam alternativas para o não uso dos bichos em pesquisas

Postado em 4 de outubro de 2018 por Sheyla Sousa
Dia Mundial dos Animais é comemorado no dia 4 de outubro
Laboratórios buscam alternativas para o não uso dos bichos em pesquisas

SABRINA MOURA*

Eles podem ser membros das famílias, nossos melhores amigos, e quem possui a companhia deles podem contar sempre com muito amor. Neste dia 4 de outubro, é comemorado o Dia Mundial dos Animais. Esta data foi escolhida por ser o dia da festa de São Francisco de Assis, um frade católico da Itália, amante da natureza, padroeiro dos animais e do meio ambiente.

Segundo a médica veterinária doutora Kellen Oliveira, neste dia os seres humanos têm a oportunidade de refletir sobre a importância dos animais junto a nós, a importância dos mesmos junto à natureza, refletir sobre animais em extinção e sobre o que podemos fazer para promover o bem-estar aos animais.

O laboratório da Universidade Federal de Goiás (UFG) busca alternativas para o não uso dos animais em pesquisas científicas, já que podem ser verificadas substâncias que são tóxicas ao corpo humano por testes que podem também afetar os animais. “Algumas espécies domésticas possuem sistemas biológicos semelhantes aos dos seres humanos, e, por isso, são amplamente utilizados em pesquisas, sendo fundamentais para o desenvolvimento de técnicas, medicamentos que podem salvar milhares de vidas humanas”, explica Kellen.

Um dos testes do laboratório diz respeito à alergenicidade e busca compreender o efeito causado na pele humana a partir da interação com determinado produto. Segundo a coordenadora do laboratório, Marize Valadares, o objetivo é encontrar os chamados eventos-chave, que permitem saber se determinada interação pode desencadear algum sintoma físico ou não, como coceira. “A partir deles, conseguimos entender a capacidade de uma substância em interagir com componentes da pele como sendo o primeiro evento-chave que irá culminar no efeito clínico que é a alergia”, explica Marize. 

Outro modelo utiliza a membrana vascularizada de ovos galados (fertilizados) para avaliar se novos produtos, como cremes e rímeis, são tóxicos para os olhos. Quando estes produtos são colocados em contato com a membrana dos ovos, observa-se se há hemorragia, por exemplo. A partir disso, pode-se concluir que o produto é tóxico para os olhos. Segundo Marize, a técnica está em processo de validação pelo Centro Brasileiro para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), para saber o quanto essa técnica é capaz de acertar se uma substância é irritante ou não.

A veterinária Kellen explica que as pesquisas no ramo do cultivo celular são utilizadas como meio de minimizar o uso de animais em experimentação, porém essas técnicas não excluem a utilização de animais vivos para determinados ensaios bioquímicos para validar uma técnica ou medicamento, antes da utilização em seres humanos.

Por que não utilizar?

Substituir animais em pesquisas é o caminho natural da Ciência, do progresso tecnológico e do respeito à vida. Segundo Marize, a crueldade chama a atenção da população, pois a maioria dos testes é praticada sem anestesia e com a introdução de substâncias tóxicas nos organismos, o que causa um sofrimento longo e contínuo. 

Os esforços do FarmaTec têm sido reconhecidos por meio de premiações de instituições de relevância na comunidade científica como o Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos à Experimentação Animal 2017 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a colaboração institucional da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

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