*Luiz Felipe Mendes

Não foi o melhor jogo do mundo, nem tecnicamente, nem taticamente, e nem no critério “emoção”. Recheado de faltas, o confronto entre Brasil e Argentina – sem Messi – no Estádio Jidá, na Arábia Saudita, tinha tudo para terminar em um sem graça 0 a 0. Porém, nos últimos minutos o zagueiro Miranda colocou os pentacampeões na frente, garantindo o título amistoso do Superclássico, diante do maior rival no futebol internacional.

O jogo

Em menos de 15 segundos, o panorama da primeira etapa começaria a ser desenhado. O volante Arthur sofreu falta no meio de campo, um fator que se mostrou bastante presente ao longo do tempo. Neymar era caçado, apostando em jogadas individuais. A partida estava estratégica, com as duas equipes valorizando a posse de bola, com a seleção brasileira um pouco mais à vontade. A primeira chance de perigo, porém, foi da Argentina, em chute de fora da área de Lo Celso aos sete minutos.

O Brasil só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 14, em cabeçada inofensiva de Miranda. O zagueiro, no entanto, foi o responsável pela melhor chance tupiniquim na primeira metade do duelo – a bola sobrou para ele quase na pequena área, mas Otamendi tirou de cabeça quase em cima da linha. O embate foi ficando cada vez mais franco e Dybala quase abriu o placar em bela cobrança de falta. No último minuto, Neymar ainda teve sua chance na bola parada, mas mandou na barreira.

A Argentina voltou melhor no segundo tempo. Em cinco minutos, Lo Celso e Icardi já haviam dado trabalho para a defesa brasileira. Entretanto, o jogo seguia sem grandes emoções, muito preso em dois times bem concentrados na marcação, com um número excessivo de faltas. Os hermanos pareciam ter entrado com mais vontade de vencer, arriscando com mais frequência. Lá para os 20 minutos, a seleção canarinho acordou mais para o confronto, inclusive finalizando bem em arremate de primeira de Arthur.

Tudo indicava que a partida seria levada para os pênaltis, mas um defensor não queria permitir que aquilo acontecesse. Um defensor que desde o início de jogo queria deixar o dele, tendo sido aquele que teve a chance de maior perigo no primeiro tempo. Em escanteio cobrado por Neymar, depois da Argentina quase anotar contra, Miranda subiu mais que os demais e passou a régua, aos 47 minutos do segundo tempo. Vitória no Superclássico, e mais um troféu para a conta. Um troféu amistoso, é verdade, mas quem não gosta de levantar uma taça? 

Ficha técnica 

Brasil 1 x 0 Argentina 

Local: Estádio King Abdullah, em Jedá, na Arábia Saudita. Árbitro: Felix Brych (Alemanha). Assistentes: Mark Borsch (Alemanha) e Stefan Lupp (Alemanha). Gol: Miranda, aos 47’ do 2º tempo. Público: Cerca de 62 mil pessoas. 

Brasil: Alisson, Danilo, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Casemiro; Arthur (Fred), Renato Augusto, Coutinho e Neymar; Roberto Firmino

Técnico: Tite

Argentina: Romero, Bustos, Pezzella, Funes Mori e Acuña; Paredes, Meza, Vázquez, Dybala, Lautaro Martínez (Pavón) e De Paul (Icardi). 

Técnico: Lionel Scaloni.