30% da Educação no Ensino Médio poderão ser à distância
São necessárias discussões para avaliar quais os conteúdos serão oferecidos na modalidade
Thiago Costa
O ensino médio em Goiás poderá ter em sua grade curricular 30% dos conteúdos à distância. De acordo com o presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás em entrevista a uma rádio na Capital, professor Marcos Elias Moreira, o Conselho Nacional estabeleceu novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio. “A educação à distância não necessariamente é ruim. A experiência de outros países, inclusive alguns casos aqui no Brasil, demonstra isso” pondera.
Para o presidente do Conselho, o grande problema é que na trajetória histórica do Brasil há muitas situações que a educação a distância é utilizada como instrumento de apressar a para deixá-la mais barata e, ao contrário disso, a experiência internacional em especial indica que uma boa educação à distância contribui para a qualidade educacional, mas que esse tipo de modalidade tem o mesmo nível de gastos ou ela é mais cara do que a educação presencial.
“Se pensa esse como um instrumento de aprimorar a Educação, precisaríamos assegurar que as secretarias dos estados das diferentes entidades da federação brasileira tenham uma infra-estrutura para a oferta dessa educação à distância, que no geral elas não têm. Há exceções, como é o caso da Secretaria da Educação do Amazonas ou do Piauí”, compara o professor Marcos Elias.
Para Marcos, para que a modalidade tenha sucesso deve-se primeiramente ter uma estrutura adequada e necessária, investir em formação e qualificação das pessoas que vão trabalhar com as ferramentas não presenciais. “A educação à distância não pode ser observada ou pensada como, por exemplo, eu, como professor, dar uma aula dentro de uma escola regular, dentro de uma sala de aula e gravar aquela aula e colocá-la na internet e chamar isso de educação à distância”.
Ao comparar a diferença entre uma aula bem produzida com o intuito de levar melhor conhecimento aos alunos e uma aula simplesmente gravada nos conceitos conhecidos atualmente, onde o professor ensina frente a frente aos alunos, o presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás garante que “a educação à distância é aquela que é capaz de melhorar ou de assegurar a qualidade para o processo educativo não é essa reprodução literal, é aquela que usa os instrumentos das novas tecnologias para oferecer uma educação que tenha condições de uma melhor interação entre professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem. Isso não acontece quando você tem simplesmente uma aula, o que não acontece quando você tem uma aula gravada”, finaliza.
Disciplinas
De acordo com Marcos, a decisão do Conselho Nacional é que os 30% de educação à distância devem se dar exclusivamente nos chamados itinerários formativos, que seriam aqueles elementos da reforma do Ensino Médio, que caracterizariam o processo de área onde o aluno iria aprimorar seus conhecimentos.
Apesar desta recomendação presente na diretriz curricular, esses elementos só seriam definidos de forma mais interativa no momento em que houver as normas e a regulamentação clara da implementação desse mecanismo na Educação em Goiás.