Na inauguração da COP 24, Polônia justifica uso de carvão no país
País ainda depende em 80% do carvão para produzir sua energia, mas pretende reduzir essa medida a 60% até 2030 e a 30% para 2040
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, defendeu ontem (3), durante a sessão inaugural da Cúpula do Clima (COP24), em Katowice, a importância do carvão na economia do país, e afirmou que seu uso não está em conflito com a necessidade de combater a mudança climática.
“O uso dos recursos naturais próprios, no caso da Polônia do carvão, e a segurança energética que isso nos traz não estão em conflito com a proteção do clima e com o avanço para uma política climática mais ativa”, disse.
A afirmação de Andrzej o distanciou dos demais líderes que apostaram em reduzir o uso de combustíveis como o carvão.
O presidente também destacou que a Polônia conseguiu reduzir suas emissões de carbono em 30% nas últimas três décadas, “enquanto mantém um crescimento econômico dinâmico”.
Carvão
O país ainda depende em 80% do carvão para produzir sua energia, mas pretende reduzir essa medida a 60% até 2030 e a 30% para 2040, tomando como referência os níveis de 1990, graças a uma política energética baseada na energia nuclear (com a conexão à rede em 2033 da primeira das seis usinas previstas) e fontes renováveis.
Para o presidente polonês, “os diferentes países devem abordar a política econômica e climática de uma maneira realista, e evitar situações que ameacem a estabilidade de suas sociedades”, já que, embora “a ação climática represente muitas oportunidades e benefícios econômicos, sociais e de saúde, também gera custos, especialmente em regiões tradicionalmente baseadas nos combustíveis fósseis”.
“Estes desafios estão presentes, por exemplo, aqui na Silésia [região polonesa onde fica Katowice], onde a mineração de carvão foi um importante fator de desenvolvimento durante décadas, proporcionando combustível para a economia e empregos estáveis.”
“Portanto, é importante que a transição para uma economia com baixas emissões não represente uma ameaça para a segurança econômica de regiões como esta”, finalizou. (Agência Brasil)