Empresário confessa ter matado motorista porque ela recusou fazer sexo com ele
“Foi uma fatalidade. Eu só quero pagar o que fiz. Sou trabalhador e honesto demais”, disse Parsilon Lopes dos Santos
Eduardo Marques*
O suspeito de matar a técnica de enfermagem e motorista por aplicativo Vanusa Cunha Ferreira, de 36 anos, Parsilon Lopes dos Santos, conhecido como “Camargo”, confessou, na manhã desta quarta-feira (23), o crime porque ela recusou fazer sexo com ele. Em depoimento na sede da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), ele disse estar arrependido. “Foi uma fatalidade. Eu errei e vou pagar por isso”, reforçou.
De acordo com o Parsilon, na sexta-feira, dia 18 de janeiro, a vítima pegou dois jovens em uma rodoviária de Goiânia e os levou, juntamente com o empresário, para uma casa de shows. Depois que terminou a apresentação da dupla, a motorista deixou os jovens em uma casa no Bairro Feliz, em Goiânia e de lá partiram para uma chácara que o suspeito cuidava.
“Quando chegamos na chácara eu estava bebendo muito. Aproximamos de uma porta, tentei abraçá-la, a Vanusa caiu em uma calçada, bateu a cabeça e depois fiz sexo com ela”, afirmou. “Eu fiquei em choque após o ocorrido”. Apesar de vê-la caída ao chão, ele disse que “pensou” em procurar ajuda do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu). “Eu fui embora (da chácara) porque muita gente estava tentando me matar”, finalizou.
“Na versão dele, ele diz que os dois estavam no carro e achou que tinha pintado um clima entre eles e aí começou a abraçá-la, fazer algumas brincadeiras. Ela negou, disse até que aquela não era a orientação sexual dela”, explicou a delegada Mayana Rezende.
De acordo com as investigações, nesse momento, o suspeito decidiu tentar estuprar a mulher. “Ele a segurou com força pelo braço e eles acabaram caindo. A Vanusa bateu a cabeça no meio fio e perdeu os sentidos. Depois disso, ele ainda bateu a cabeça da vítima novamente contra o chão”, disse.
Prisão
A prisão de Parsilon aconteceu em uma rua do setor Jardim Bela Vista, em Aparecida de Goiânia. “Ele se assustou quando viu a viatura, logicamente isso chamou a atenção dos policiais, e assim que eles realizaram a abordagem diretamente ele já assumiu a responsabilidade do crime ocorrido”, afirmou o tenente-coronel Giuliano Eustáquio.
De acordo com a delegada, Parsilon vai responder por homicídio qualificado, tentativa de estupro e violação de cadáver. Ele ainda não apresentou advogado.
O suspeito tem outras cinco passagens pela polícia, por crimes como ameaça, injúria e danos, todas contra mulheres.
Dívida
Parentes acreditavam que a vítima foi morta por Parsilon porque ele tinha uma dívida com ela por transportá-lo, junto com a dupla, da capital até a cidade do interior.
“O sobrinho dela contou que eles deviam mais de R$ 1,3 mil só de corrida e que essa seria a última, que pagariam tudo dessa vez”, disse o irmão da vítima, Dárcio da Cunha Ferreira. A delegada Mayana nega essa vertente.
Já o músico diz que ele não tinha nenhuma dívida. “Ele deu golpe na Vanusa e na gente. A gente não sabia que ele estava devendo para ela”, afirma Zé Luccas.