Mortes violentas caem 10% no Estado, aponta levantamento
Cidades
Isabela Martins*
Levantamento aponta que em 2018 o número de mortes violentas em Goiás caiu 10%. O índice é menor que a taxa nacional, que registrou uma redução de 13% no mesmo período. Os dados foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Em 2017 foram registradas 2.421 mortes violentas, já em 2018 o número caiu para 2.178 de janeiro a dezembro de 2018.
Os casos de latrocínio, registrados na mesma época, tiveram queda de 11,22%. No levantamento estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, esses casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais. Em Goiás, apenas os números de lesões corporais que resultam em morte aumentou. Em 2017 foram 45 vítimas. Em 2018 foram registrados 66 mortes. Já os homicídios passaram de 2.255 para 2.011 e os latrocínios caíram de 121 para 101 vítimas.
Em todo o país foram registrados 51.589 assassinatos no ano passado, contra 59.128 em 2017. A queda registrada no número de mortes no Brasil em 2018 é a maior em 11 anos, uma redução de 13% em relação ao ano anterior. Apesar da queda, o número ainda é considerado alto. São 24,7 mortos a cada mil habitantes, de acordo com o levantamento. Os Estados que registraram aumento no número de mortes violentas são: Roraima, Tocantins e Amapá. Seis estados registraram redução superior a 20% no número de mortes violentas.
Índice
Nos nove primeiros meses do ano passado mais de 1,6 pessoas foram assassinadas no Estado. O mês considerado mais violento foi o de setembro com 199 mortes, sendo 186 homicídios e 13 latrocínios, que é o roubo seguido de morte. Na mesma época em todo país foram 38.436 pessoas assassinadas no mesmo período.
Até setembro de 2017 40% dos casos registrados no ano anterior não haviam sido solucionados. Dos 51 crimes registrados entre 21 e 27 de agosto de 2017, apenas 31 tiveram as investigações concluídas, e apenas dois foram julgados. A demora nas investigações e no julgamento dos casos está ligada a quatro fatores principais: a legislação, os recursos interpostos pela defesa, a burocracia e sobrecarga do judiciário e a falta de aparato para a Polícia Civil.
2019
Apesar da redução no ano passado, janeiro de 2019 foi o mais violento em dois anos. Foram dois casos de decapitação e um triplo assassinato. Em apenas um dia, em menos de 6 horas, três pessoas foram encontradas mortas na Capital. O primeiro dos casos é o de um morador de rua que foi assassinado enquanto dormia debaixo de uma ponte, na divisa dos setores Sul e Leste Universitário. No Setor Antônio Carlos Pires, na Capital, um homem foi preso suspeito de ter matado o amigo a facadas depois dos dois se desentenderem em uma distribuidora de bebidas. No mesmo dia um corpo em estado avançado de decomposição foi encontrado em uma casa no Setor João Paulo II.
O primeiro mês do ano registrou casos de decapitação. Em menos de quatro dias foram encontrados dois corpos sem cabeça na Região Metropolitana de Goiânia. O primeiro caso ocorreu no dia 17 de janeiro, quando um corpo foi encontrado boiando no Rio Meia Ponte, no Setor Negrão de Lima. Pessoas que passavam pelo local avistaram o corpo e acionaram os Bombeiros. Uma semana antes uma cabeça decapitada foi encontrada na Avenida Perimetral Norte, em frente a um shopping de Goiânia. O segundo caso aconteceu em Hidrolândia, no Setor Grande Goiânia. Pessoas que passavam no local viram o corpo e acionaram a Polícia Civil, que isolou a área.
Ainda de acordo com a SSP, os casos de latrocínios tiveram redução de 30% em janeiro de 2019, comparado ao mesmo período do ano passado. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)