Servente de pedreiro é condenado a 32 anos de prisão por torturar e matar enteada
Segundo a denúncia, o padrasto espancou a criança com golpes na cabeça e no abdômen, além de arremessá-la sobre a cama
Eduardo Marques
Alex Lima Soares, de 36 anos, foi condenado no início da tarde desta terça-feira (12) a 32 anos de prisão por ter torturado e matado a enteada Nicole de Jesus, de 1 ano e sete meses, em Goiânia. Segundo a denúncia, ele espancou o bebê com golpes na cabeça e no abdômen, além de arremessá-la sobre a cama. O padrasto nega ter cometido o crime, em 2016. À época, a mãe foi presa por omissão.
Presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, a sessão ocorreu no Fórum Cível de Goiânia. O homem foi acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de tortura. O Conselho de Sentença entendeu que ele era culpado.
“As três situações, a futilidade, a crueldade e recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por ser infante, uma criança, foi a razão pela qual chegou o homicídio a 24 anos de prisão”, disse o magistrado.
Em depoimento inicial na delegacia, o réu confessou ter cometido o crime e, posteriormente, alegou durante audiência de instrução e julgamento do processo que agiu por ‘bobeira’. No entanto, ele mudou a versão durante o júri e alegou que não matou a criança. O padrasto disse que mentiu porque teria sido “oprimido, enforcado e obrigado a confessar”.
Relembre o caso
Nicole morreu no dia 24 de janeiro de 2016 no Setor Vila Redenção, em Goiânia. Ela teve uma lesão no fígado, ocasionada pelas agressões. Conforme a denúncia, oito meses antes da morte, a criança já vinha sendo agredida pelo padrasto. Os atos de violência, relata o documento, ocorriam quando a mãe dela saía para trabalhar e a deixava aos cuidados do marido.
Segundo as investigações, ainda ficou demonstrado outras lesões que a menor sofreu, sendo que a mãe, sempre se omitiu na prestação de socorro, como por exemplo quando a menor quebrou a perna e ficou dois dias em casa sem ser encaminhada ao médico. No caso que resultou na morte da menina, a vítima teria permanecido vomitando por mais de cinco dias, não tendo sido encaminhada ao pronto-socorro, evitando que o casal fosse questionado a respeito da origem das lesões.
Na delegacia, Alex confessou ter agredido a menor com um soco e, posteriormente, com uma cotovelada no abdômen, informando que não sabe porque praticava esses atos de violência, já que não sentiria raiva da criança. De acordo com a delegada, Rosângela tinha um trato com o companheiro, no sentido de que ambos diriam que a menina estava com a mãe, em caso de qualquer suspeita sobre as lesões.