Grande rede de streaming continua apostando em produções nacionais, mas desta vez com atores menos c
Segundo a rede, a estratégia é semelhante à adotada na série 3%
Guilherme Melo*
A Netflix Brasil anunciou, na última terça-feira (12), o elenco titular da sua nova produção brasileira, Onisciente, que não conta com nenhum nome de peso no elenco escolhido para os principais papéis. A produção possui atores até conhecidos pelo público brasileiro, mas que passam longe de já terem estrelado outros trabalhos com grande destaque. Além dessa novidade, o serviço de distribuição anunciou que, a partir deste ano, 2019, vai investir cada vez mais em produtos nacionais, em enredo, personagens, figurinos e músicas.
Segundo a rede de streaming, a estratégia é semelhante à adotada na série 3%. A nova série, ainda sem data definida de estreia, será protagonizada por Jonathan Haagensen (O Mecanismo, Cidade de Deus), Luana Tanaka (3%, Meu Amigo Hindu), Guilherme Prates (Motorrad, Tempo de Amar), Sandra Corveloni (Linha de Passe, A Glória e a Graça), Marcello Airoldi (Linha de Passe, Flores Raras) e Carla Salle (Os Dias Eram Assim, Malhação).
O enredo é assinado por Pedro Aguilera, um dos produtores de 3%, e acompanha um futuro distópico no Brasil, em que um sistema onisciente vigia cada cidadão brasileiro. Levando em conta a situação política do País e do mundo, a série carrega uma forte inspiração nas obras de George Orwell, 1984 (1949) e Revolução dos Bichos (1945).
Toda a história gira em torno da personagem Nina, vivida por Carla Salle, que descobre um assassinato não registrado no sistema, após anos sem violência no país. A partir daí, a personagem passa a investigar pessoalmente o crime e a sofrer represália por quem controla o sistema. A produção informou que a série teve uma inspiração na série norte-americana Person Of Interest, partindo da mesma premissa de enredo.
Indo na contramão da série O Mecanismo, que tem como protagonista o ator Selton Mello, a Netflix aposta em rostos familiares, mas que não tinham grandes destaques. Além de Onisciente, a rede de streaming está em produção de outra série nacional, com a mesma premissa, Irmandade.
‘Irmandade’
A Netflix anunciou, no fim de janeiro, o elenco da série original Irmandade. A produção é feita em parceria com a produtora O2. Os protagonistas do seriado são Seu Jorge e Naruna Costa, de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. O cantor e ator será Edson, na trama, o ausente irmão mais velho da dedicada advogada Cristina Ferreira, vivida pela atriz.
Hermila Guedes, de Céu de Suely, e Lee Taylor, de O Mecanismo, também estão no elenco. A artista será a esposa de Edson, enquanto Taylor vive um detento afiliado à Irmandade que cruza o caminho com Cristina.
Ambientado nos anos 90, o thriller vai seguir a história de Cristina, uma advogada honesta e dedicada, que descobre que seu irmão esteve preso há anos e é líder de uma ascendente facção criminosa. Coagida pela polícia, ela é obrigada a se tornar informante e trabalhar contra o irmão a quem ela sempre idolatrou. Mas, conforme se infiltra na Irmandade, começa a questionar seus próprios valores sobre a lei e a Justiça, e entra em contato com um lado sombrio de si mesma que não imaginava ter” afirma a sinopse do seriado.
Irmandade é criada por Pedro Morelli, que também está na direção com Gustavo Bonafé e Aly Muritiba. A primeira temporada conta com oito capítulos. A série dramática está em fase de gravação e ainda não tem previsão de estreia.
Prodígio goiano
Irmandade, além de ser uma nova produção brasileira e estar ligada com as estéticas dos anos de 1990, apresenta um conterrâneo como um dos personagens principais. O ator Lee Taylor é natural de Goiânia. Aos 18 anos, ingressou na Faculdade Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Desde 2004, faz parte do CPT, dirigido por Antunes Filho. Sua estreia profissional foi em 2006, com Quaderna, protagonista de A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna.
O ator, que deu vida ao personagem Martin, de Velho Chico (2016), participou da minissérie Onde Nascem os Fortes (2018) e O Mecanismo (2018). O ator foi questionado, no início do ano, pela revista Caras sobre a origem de seu nome. Basta ouvir Lee Taylor para imaginar que o ator tem origem estrangeira. Mas nada disso – os pais do ator, João Batista e Adriana, homenagearam personagens dos anos 60. “Meus pais queriam que eu me chamasse Lee Majors, ator que fez a série O Homem de Seis Milhões de Dólares. E a minha mãe queria que eu chamasse Taylor por culpa do personagem que o Charlton Heston fez em Planeta dos Macacos”, contou em entrevista.
*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação
da editora Flávia Popov