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sexta-feira, 14 de março de 2025
ilegal

Vans escolar driblam fiscalização

Irregularidades em transporte escolar contribuem para acidentes

Postado em 29 de março de 2019 por Sheyla Sousa
Encontradas irregularidades em 100 obras
Ação teve como alvo empresas do ramo da construção civil de obras públicas da Seduc e prefeituras municipais

Higor Santana*

O acidente com uma van escolar na última quarta-feira (27), no setor Jardim Guanabara, trouxe a tona a falta de fiscalização do transporte escolar na Capital. Na ocasião, o motorista do veículo não era habilitado na categoria profissional. Em Goiás, até 2018 existiam mais de 10 mil vans que faziam o transporte escolar e de turistas. Apenas em Goiânia, são mais de 600, destas, apenas 338 estavam cadastradas e regularizadas na Agência Municipal de Trânsito (AMT), sendo essa parcela, a principal responsável por irregularidades e acidentes. 

No fim do ano passado, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, assinou um decreto para a nova regulamentação da atividade do transporte escolar na Capital. O documento visava, além da regularização de tráfego, retirar da clandestinidade, os motoristas que não são cadastrados junto à Secretaria Municipal de Transito, Transportes e Mobilidade (SMT), que continua como gestora da atividade. Com a regulamentação, o número de vans atuando de forma regular, pode chegar a 800.

Pais atentos

Para o especialista em transporte Marcos Rothen a fiscalização do transporte escolar deve partir dos próprios pais de alunos. “Eu pessoalmente acho que os pais também devem fiscalizar. Eu prezo muito meus filhos, e jamais permitiria que eles usassem um serviço irregular. A prefeitura é responsável, mas ela não se machuca e muito menos morre, e se a sociedade não exigir uma ação da prefeitura, vai acontecer de novo”, afirma.

A Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) informou que vem trabalhando para a regulação de veículos do transporte escolar, que estejam atuando de forma irregular. Em fevereiro, a Operação Volta às Aulas, realizada pela pasta, resultou na apreensão de quatro veículos em condição irregular na Capital. Na ação foram identificados três vans escolares exercendo a atividade de forma clandestina e um com licenciamento junto ao município vencido desde 2015, e um ônibus que realiza o transporte escolar no interior do estado.

Desde o início do ano sete veículos já foram apreendidos pela fiscalização do município, sendo cinco exercendo a atividade de forma clandestina, um com licenciamento vencido e outra que, além da van estar com os quatro pneus carecas, o motorista não possuía matrícula junto ao município para dirigir o veículo. Para o especialista, apesar dos resultados das operações, o número de ações ainda é pouco. 

Transporte público

Para tentar combater essas irregularidades, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), passou a vistoriar veículos que operam o transporte escolar público nos 246 municípios goianos. A inspeção, realizada semestralmente em parceria com o Ministério Público (MP-GO) e Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, tem objetivo de checar as condições de circulação dos veículos de transporte escolar de Goiás.

Os vistoriadores do Detran observam também a quantidade de cintos de segurança, que devem ser em número igual à lotação do veículo, validade do extintor, tacógrafo, setas, faróis, estado de conservação dos pneus, a presença de limitadores de abertura dos vidros corrediços e dispositivos para quebra e remoção de passageiros em caso de acidente.

Condições

Além dos equipamentos obrigatórios, é conferida a documentação dos condutores. Para transportar estudantes, o motorista deve ser habilitado na Categoria D ou E, possuir mais de 21 anos, ter feito curso específico de transportador de escolares, deve estar averbado na CNH, e apresentar Certidão Negativa de Antecedentes Criminais. Ele não pode ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima e não ser reincidente em infrações médias nos últimos 12 meses.

De acordo com a prefeitura, a fiscalização, conforme o decreto assinado em 2018 com a Seplanh, atua no cumprimento das regras estabelecidas. “A regulamentação da atividade está sendo atualizada e, a partir de agora, todos serão submetidos à legislação e vamos cobrar que a categoria cumpra as regras, que têm como princípio garantir mais agilidade e segurança aos estudantes da Capital que utilizam o serviço”, disse o prefeito Iris Rezende, ao firmar o acordo. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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