Oposição pode desbancar em Luziânia
Democratas está de olho no município e pode ter que escolher entre dois nomes: Diego Sorgatto – se expulso do PSDB, e Marcelo Melo
Raphael Bezerra*
Já de olho nas eleições municipais de 2020, a oposição ao atual prefeito de Luziânia, Cristóvão Vaz Tormin (PSD), se movimenta para articular os melhores nomes para o pleito. Desgastado por denúncias e insatisfação de parte dos vereadores, Tormin perde espaço para partidos como o Democratas, que está em fase de reformulação na cidade. Do lado do prefeito, se destaca o deputado estadual recém-eleito, Wilde Cambão (PSD). O PSDB conta com dois nomes fortes para a disputa: do deputado estadual, Diego Sorgatto, e o do único deputado federal eleito pela legenda, Célio Silveira. No entanto, o partido pode não bancar a candidatura de Sorgatto após o parlamentar se declarar base do governador Ronaldo Caiado (Democratas).
Buscando a reformulação do partido, o Democratas pretende levar abocanhar mais pessoas para o partido além de reestruturar a sigla. Marcelo Melo (Democratas), disputou as eleições contra Tormin em 2016. Ele revela o cenário de insatisfação por parte dos vereadores do município. “Estamos fazendo um trabalho de gestão, buscando e reunindo forças. São nove vereadores fechados contra o prefeito, mas não podemos desprezar a força da caneta”, afirma.
Se expulso do PSDB, Sorgatto tem a possibilidade de disputar a eleição pelo Democratas. Melo destaca a importância da última disputa eleitoral na cidade, mas garantiu que pode abrir espaço e abrir mão para Sorgatto caso ele se consolide. “Ele está em um bom momento. É um garoto novo, trabalhador. Vai ser um grande nome”, afirma Melo.
Ao se declarar como base do governo de Ronaldo Caiado, Sorgatto desagradou o PSDB. Ele é membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) mas o partido solicita a substituição do representante da legenda na Comissão. Um grupo liderado pelo presidente do PSDB, Giuseppe Vecci, e pelo líder do PSDB na Assembleia, Talles Barreto, quer a expulsão do parlamentar.
Denúncias desgastam gestão
Na última terça-feira (16) o Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou ao prefeito a exoneração imediata, de 51 servidores em situação de nepotismo ou como “fantasma”.A orientação é para que sejam a exonerados 43 servidores da prefeitura, 5 do Ipasluz e 3 da Câmara de Vereadores. Já foram instaurados 120 inquéritos de apuração de irregularidades na lotação do poder Executivo municipal.
O Supremo Tribunal Federal, proíbe a nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta ou até terceiro grau para cargos em comissão ou de confiança, em qualquer um dos três poderes, por considerar como nepotismo. Ocorre que, apesar desta restrição, tem ocorrido nomeações, pelo chefe do Poder Executivo, de parentes de vereador, secretários municipais e outros agentes políticos partidários de expressiva envergadura local, como troca de favores políticos. (*Especial para O Hoje).