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segunda-feira, 10 de março de 2025
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vigitel

Goianos fumam cerca de 20 cigarros por dia, revela pesquisa

Segundo coordenadora de doenças não transmissíveis, consumo do tabaco começa desde cedo

Postado em 10 de maio de 2019 por Sheyla Sousa
Exploração infantil ainda é realidade
De acordo com IBGE

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Isabela Martins*

Dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde apontam que o número de fumantes nas capitais brasileiras caiu 36%, entre 2006 e 2017. Em Goiânia, o número de pessoas com 18 anos ou mais que fumavam a partir de 20 cigarros por dia era de 4,7% em 2010. Já em 2017, esse número havia caído para 2,2%. Mesmo com a queda o número ainda é considerado alto pelas autoridades de saúde. 

“A maioria dos fumantes começa a fumar muito cedo, por volta dos nove anos. E nosso papel principal é atuar nas escolas, no dia a dia com alunos e professores”, afirma a coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES-GO, Selma Tavares. Segundo ela, o tabagismo vem aumentando principalmente entre as mulheres. “Os homens fumam muito ainda, mais do que as mulheres, mais isso vem mudando. As mulheres vêm aumentando cada vez mais o consumo de derivados do tabaco podendo equiparar ao sexo masculino, e a gente precisa adotar ideias de enfrentamento”. 

Em Goiás, entre 2008 e 2018, doenças ligadas ao tabaco causaram mais de 112 mil internações, um custo total de R$ 136,8 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as enfermidades causadas estão o câncer, arterosclerose, acidente vascular cerebral (AVC) e síndromes correlatas, o que não costuma dar muita chance ao paciente para a pessoa deixar o tabagismo. Os números mais recentes são de 2015, e mostram que o tabagismo foi responsável por 156,2 mil mortes no país.

O representante comercial Cleone dos Santos fuma desde os 16 anos, e já sentiu os impactos do uso do cigarro na saúde. “Houve uma época em que eu estava fumando mais de uma carteira por dia e nessa época, senti problemas porque tossia muito devido ao uso”. Ele conta que já tentou parar, e que hoje em dia fuma três cigarros por dia. “Parei algumas vezes. Uma vez por oito meses, mas daí houve uma ocasião em que eu fumei o primeiro e depois outro e outro”.

Controle ao tabagismo

Por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Ministério da Saúde criou em 1989 o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Três anos depois, a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) criou uma coordenação ligada ao programa para atuar principalmente na prevenção educativa.

Segundo a SES, a capacitação dos profissionais da atenção básica dos municípios é fundamental para ajudar o usuário a se livrar do cigarro. Já nas empresas, o trabalho tem o objetivo de tornar o ambiente 100% livre do tabaco e também informar sobre como buscar tratamentos gratuitos para quem tiver interesse. 

O tratamento está disponível em 141 municípios goianos, e inclui abordagens comportamentais, com o apoio de psicólogos, e também de medicamentos, como adesivos para pele, na terapia de nicotina, e antidrepessivo. “Nossa meta é oferecer esse serviço para todos os 246 municípios”, afirma à coordenadora. Ela lembra ainda que 3.685 pessoas buscaram por tratamentos nas unidades básicas de saúde dos municípios, de setembro a dezembro de 2017. Do total, 98 eram menores de 18 anos; 696 tinham 60 anos ou mais. Em 2016, o número de atendimentos em todo país chegou a 902 mil.  (*Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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