Maioria dos goianos afirma que não houve progresso em suas cidades
O estudo concluiu também que quanto maior a faixa etária, maior é a percepção negativa sobre o desenvolvimento de seus municípios
Foto: Anápolis/Divulgação
Da Redação
Segundo pesquisa realizada para avaliar a importância da indústria para o desenvolvimento econômico de Goiás, 98,3% dos entrevistados acreditam que o segmento é importante ou muito importante para o Estado. Entretanto, grande parte dos goianos destaca que o progresso em suas cidades não avançou nos últimos anos. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (21) durante uma coletiva de imprensa, em Goiânia.
O estudo foi realizado no último mês de abril pelo Instituo Fortiori, encomendada pela Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial-GO). Os resultados foram apresentados para o governador Ronaldo Caiado (DEM). A pesquisa quantitativa ouviu 800 goianos entre 20 e 29 de abril em mais de 40 municípios. Já as pequisas qualitativas foram realizadas no mesmo período em Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Catalão, cidades onde o segmento se destaca.
Apesar dos resultados significativos da indústria para a economia do estado, a maioria dos entrevistados avalia que os municípios não obtiveram grandes avanços nos últimos anos. Apenas 36,3% afirmaram que houve melhora, mas 29% disseram que o desenvolvimento ficou estagnado e 33,3% afirmaram que houve piora. O estudo concluiu que quanto maior a faixa etária, maior é a percepção negativa sobre o desenvolvimento de sua cidade.
As avaliações mais negativas são nas regiões sul e sudeste, onde 63,5% dos entrevistados afirmaram que o desenvolvimento em sua cidade parou ou regrediu. No norte e noroeste, os que concordaram foi 73,4%. Os índices de avaliações positivas foram de moradores do sudoeste, além de entorno e Nordeste, onde 48,4% e 45,2 % afirmaram, respectivamente, melhorias.
Em Goiânia, apenas 25,8% dos moradores afirmaram que houve desenvolvimento em Goiânia nos últimos anos e 74,2% alegaram que a Capital regrediu no mesmo tempo.
Geração de emprego
A taxa de geração emprego no País ficou em 12,4% no primeiro trimestre de 2019 atingindo 13,1 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Esteatítica (IBGE). Em Goiás, o instituto contabiliza 400 mil desempregados, o que representa um aumento de 22 mil se comparado ao mesmo período no ano passado. Em contrapartida, o IBGE identificou que sobram vagas e faltam profissionais qualificados.
Apesar do alto índice de desempregados no Estado, 39,4% dos goianos acreditam que as indústrias são as maiores responsáveis pela oferta de vagas em Goiás. Incluindo a construção civil e a agroindústria, a relevância do setor industrial aumenta para 52,9%. A contribuição do segmento para a geração de emprego é classificada de forma positiva entre o público feminino, sendo 53,4% das entrevistadas.
Na capital, os entrevistados concordam com a mesma opinião, segundo a pesquisa. 39,2% das pessoas acreditam que a indústria é o maior gerador de empregos em Goiânia, apesar de não ser um setor representativo na economia local. O comércio ficou em segundo lugar com 25,8% dos entrevistados. Segundo o gerente do Sine Goiânia, Kleber Kildere Correia Silva, o setor é o que mais disponibiliza vagas na região metropolitana de Goiânia.
Incentivos Fiscais
De acordo com a pesquisa, a instalação de indústrias atraídas por incentivos fiscais é um fator positivo para a maioria da população, a 74,3% avaliam de forma positiva, contra apenas 12,9% que consideram negativo. Entre os benefícios apresentados pelos entrevistados está a geração de emprego e melhorias para o estado. A ressalta negativa é que o estado não recebe nenhum investimento industrial. A maioria dos goianos, 61,4%, não tem conhecimento que Goiás mantém políticas de incentivos fiscais para atração de indústrias.
O estudo também mostrou porcentagens positivas em relação ao aumento da arrecadação no setor industrial, bem como a expectativa dos jovens em relação ao inicio de carreira. Apesar da defesa da industrialização apresentada na pesquisa, os entrevistados observaram ainda problemas causados pelo processo, entre eles, a preocupação com o meio ambiente, violência e aumento do custo de vida..
De acordo com o presidente da Adial, Otávio Lage de Siqueira Filho, a pesquisa contribui com ajuda de informações para o desenvolvimento econômico do Estado de Goiás. “Essa pesquisa foi apresentada para o governo subsidiar as ações de políticas que gerem emprego, aumento de renda e qualidade de vida”, explica o Otávio.