Droga goiana abastecia festas no DF
De acordo com as investigações, o grupo também abria empresas em Brasília para lavar dinheiro obtido com a venda das substâncias
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A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu na manhã de ontem 29 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão em Goiás, no Distrito Federal e Minas Gerais. De acordo com a polícia, DJs e empresários são suspeitos de levar drogas sintéticas das cidades goianas de Aparecida de Goiânia, Valparaíso de Goiás e Anápolis para vender em festas raves em Brasília. Mais de três mil comprimidos de ecstasy foram apreendidos pela polícia na operação intitulada Tridente.
De acordo com as investigações, o grupo também abria empresas em Brasília para lavar dinheiro obtido com a venda das substâncias. Segundo o delegado e coordenador da Coordenação de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), Leonardo de Castro, dentre os alvos há empresários e DJs de Brasília que promovem festivais de música eletrônica para comercializar um grande volume de drogas nesses eventos.
Ainda de acordo com o delegado, os suspeitos utilizavam motoristas de aplicativos para fazer o transporte das drogas. “O grupo utiliza-se, principalmente, de motoristas de aplicativo para a distribuição dos entorpecentes e empresas para ‘lavarem’ o dinheiro obtido com a venda das drogas”, destaca.
Segundo Leonardo, a operação foi batizada de Tridente, por envolver dois estados e a capital do país. O delegado informou ainda que a operação contou com o apoio da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) e das polícias de Minas Gerais e de Goiás.
Investigações
A ação é um desdobramento da Operação Arpão, deflagrada em outubro do ano passado, em Itapoã, Plano Piloto e Samambaia, municípios do DF. Na ocasião, a Polícia Civil cumpriu 22 mandados judiciais contra uma organização criminosa acusada de traficar drogas sintéticas e cocaína na capital federal.
Na ocasião sete homens e uma mulher foram presos, suspeitos de integrar o mesmo esquema de tráfico de drogas. Com os suspeitos, foram apreendidos 300 comprimidos de ecstasy, um tubo de LSD em gotas e 1,5kg de cocaína, além de três celulares. Alguns comprimidos estavam dentro de embalagens de bala.
O líder do grupo era Ures Alves de Andrade, de 44 anos. Ele vendia as drogas num bar que mantinha na região. O filho dele, Luelson Matheus Diogo Andrade, 22 anos, e a nora Vanessa Sousa do Nascimento, também de 22, também foram presos em flagrante por participação no crime.
Além da família, outras seis pessoas foram presas e são apontadas como possíveis funcionários de Ures. “Todos eles pegavam as drogas com o líder no bar e revendiam em festas ou até entre eles mesmos. Quando um precisava, pegava com o outro e se organizavam entre si”, explica o delegado Érico Vinícius Mendes. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)