Espetáculo “Empodere as Mulheres” chega à Goiânia
Apresentação acontece neste sábado (29) e traz uma linguagem clara para população
Guilherme Melo
Com o objetivo de desmitificar tabus e sensibilizar as pessoas, o espetáculo dançante Empodere as Mulheres! chega em Goiânia, em apresentação única, neste sábado (29), às 20h, no Teatro Goiânia. Organizado pela Cia de Dança Bittencourt, a peça é um projeto de circulação da apresentação pelos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo, com coordenadora geral de Cláudia Bittencourt e coreografia de Karyne Bittencourt.
Segundo a coreografa, a dança é uma forma das pessoas se comunicarem perfeitamente. “Acredito que os movimentos são uma ‘arma’ de comunicação. Até mesmo porque muitas pessoas se assustam com o assunto, por não entenderem ou confundirem o feminismo com o femismo. Enquanto a primeira luta pelo respeito, dignidade e igualdade de gênero, a segunda é o perfeito oposto do machismo, e prega a superioridade de um gênero sobre o outro”, explica.
Karyne revela que mesmo falando sobre um tema considerado tabu por muitos, o intuito é aproximar as pessoas e não distanciar. “A maior potência do espetáculo está justamente na sua sensibilidade e clareza ao tratar de um assunto tão importante que afeta diretamente a vida das pessoas – a violência contra a mulher que cresce a cada dia”, revela.
Empodere as Mulheres! utiliza de linguagens da dança contemporânea e jazz, mesclando entre as cenas movimentos suaves e ásperos. “Tenho formação em jazz, e ele contribui muito para transmitir a mensagem que queremos. O jazz funciona como uma força interna que conseguimos nos conectar com o público. Além dessa rica força, apresentamos o lado poético e sensível. A dança contemporânea consegue estabelecer essa conexão entre a força e o suave”, adianta a coreografa.
As dificuldades
Karyne conta que a escolha do tema para o espetáculo foi bastante simples, o desafio foi conseguir montar uma atração que dialogasse com as principais frentes do movimento e também com os outros membros da sociedade. “O mais complicado foi colocar em uma linguagem acessível para todos, por exemplo, no feminismo existem diversas frentes. Acho difícil conversar com todas essas frentes, mas fizemos o possível para sensibilizar. O foco é mostrar a mulher e as suas lutas para a sociedade, por isso é fundamental a participação dos homens na peça”, conta.
Para a profissional, o feminismo é uma ferramenta de evolução em suas diversas proporções e perspectivas. “Através do movimetno, é possível desenvolver uma consciência para buscar a transformação e a evolução sociocultural. Também é uma oportunidade para fazer da arte um meio importante de comunicação e reflexão social”, diz ela.
Karyne revela que a circulação do espetáculo por três estados diferentes é uma novidade, e que Goiás foi uma escolha estratégica. “Tenho admiração por muitos artistas de Goiás. É muito importante que o Estado dê mais atenção aos temas relacionados às mulheres, pois infelizmente a violência aumenta a cada dia e precisamos debater sobre o assunto”, finaliza ela.
(Guilherme Melo é estagiário do jornal O Hoje)