Polícia Civil deflagra operação para investigar suposta fraude a licitação
Operação Medusa apura esquema de corrupção envolvendo empresas que ganharam licitação asfáltica da Prefeitura de Firminópolis – Foto: Divulgação/PC
Eduardo Marques
A Polícia Civil (PC) deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a Operação Medusa, em Firminópolis. A investigação apura a ocorrência dos crimes de lavagem de capitais, peculato, organização criminosa e fraude a licitação, figurando como vítima a prefeitura. Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). Os mandados foram cumpridos na sede de duas empresas de construção civil, mais notadamente do ramo de asfaltamento, situadas no Park Lozandes, em Goiânia. Foram apreendidos computadores e celulares na sede das empresas. Não houve mandados de prisão cumpridos.
A investigação começou após a corporação receber informações de que duas empresas pretendiam fraudar um processo licitatório da Prefeitura de Firminópolis para construção e recapeamento asfáltico de ruas da cidade. Segundo uma testemunha, houve uma combinação entre uma das empresas e agentes públicos da Prefeitura a fim de que uma das concorrentes se tornasse a vencedora da licitação. A combinação teria ocorrido antes mesmo do início do procedimento licitatório. Das duas empresas alvo da Operação Medusa, uma delas venceu a licitação. Porém, a Polícia Civil descobriu que ambas funcionavam em Goiânia, no mesmo endereço e local. A suspeita é de que das duas empresas, uma delas funcionaria apenas “de fachada”.
A licitação da Prefeitura tinha valor médio de R$ 550 mil reais para execução das obras de asfaltamento e recapeamento em Firminópolis. O procedimento foi finalizado no ano passado e as obras foram concluídas pela empresa vencedora no início deste ano. Uma perícia do ramo de engenharia da Polícia Técnico-Científica constatou que a empresa desviou cerca de 50% do valor total da obra. O desvio de dinheiro público é estimado em cerca de R$ 300 mil, relativos a dois contratos celebrados com a Administração municipal.
A investigação é realizada pela equipe do delegado Tiago Junqueira de Almeida, da Delegacia de Polícia (DP) de Firminópolis. Segundo o delegado, nesta primeira fase da Operação Medusa são investigados agentes políticos da Prefeitura de Firminópolis e os proprietários das duas empresas alvos das buscas ocorridas nesta quinta-feira.
O Hoje entrou em contato com a Prefeitura de Firminópolis por telefone, mas as ligações não foram atendidas.