Energia furtada daria para abastecer Aparecida por 3 meses
Furtos de energia nos últimos 12 meses seriam suficientes para abastecer Aparecida de Goiânia por três meses
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Higor Santana
De acordo com um levantamento feito pela Enel Distribuição Goiás, empresa responsável pelo fornecimento de energia no Estado, só nos últimos 12 meses, o volume de perdas comerciais acumulado por conta de furtos de energia foi de 200 Gigawatts. Segundo a empresa, essa quantidade de energia seria o suficiente para suprir todo o consumo do município de Aparecida de Goiânia, por três meses.
Ainda de acordo com a Enel, além de ser crime, com pena prevista de um a oito anos de reclusão, o furto de energia afeta diretamente a qualidade do serviço prestado pela empresa e coloca em risco a segurança das pessoas. As ligações irregulares podem causar curtos-circuitos e sobrecarga na rede elétrica, ocasionando interrupção no fornecimento.
Além da empresa, que perde energia comprada, o consumidor perde com a sobrecarga do sistema e as variações de tensão, que podem ocasionar a queima de eletrodomésticos e ainda o perigo de choque elétrico existente para quem tenta realizar gatos, gambiarras e ligações irregulares. De acordo com a Polícia Civil, quem é flagrado fazendo o chamado “gato”, pode ser condenado a até quatro anos de reclusão, além de ter que pagar multa.
Prejuízos
A Enel não soube informar sobre os dados gerais de prejuízos causados por gatos em Goiás, ou Região Metropolitana. Entretanto, no Brasil, concessionárias estimam que o furto de energia cause prejuízo de R$ 12 bilhões por ano.
Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), só em 2017, o número de consumidores que deixaram de pagar suas contas de luz aumentou mais de 50% apenas nas regiões sul e sudeste do país. Evidenciando um custo abusivo nestas contas.
Enel e Polícia Civil encontram furto em aeroclube
Na última quinta-feira (18), a Enel Distribuição Goiás em parceria com a Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica, realizou uma operação de combate ao furto de energia elétrica no Parque Aeronáutico Antonio Sebba Filho, na Região Noroeste da Capital. De acordo com a empresa, durante a ação, foram vistoriados cerca de 40 hangares e em 19, foram encontradas ligações clandestinas. Cinco pessoas foram presas.
Segundo a polícia, dentre os presos estão representantes de empresas que alugavam os hangares. Outras duas pessoas foram conduzidas para prestar depoimento. Os responsáveis devem responder por furto de energia.
Segundo o delegado Wellington Lemos, a operação foi considerada pelas instituições participantes como positiva, sobretudo, porque cumpriu o propósito de preservação à vida e ao patrimônio alheio. “Além do crime e do prejuízo em si, existe o perigo que tais instalações clandestinas oferecem em razão do risco iminente de acidente elétrico”, pontuou.
Em fevereiro, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor do Estado de Goiás (Decon) deflagrou a Operação Energia Negativa, que desarticulou um grupo responsável por diversas fraudes, que resultam em furto de energia elétrica. De acordo com a Polícia Civil, quatro pessoas foram presas e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências e estabelecimentos comerciais. Dentre os detidos estava um funcionário de uma empresa terceirizada contratada pela Enel para fazer a fiscalização de fraudes.
Denúncia
De acordo com a Enel, a denúncia de alguma irregularidade pode ser anônima. Basta acessar o site www.enel.com.br e preencher o endereço completo da ocorrência, para ajudar a combater o furto de energia. Se preferir, a denúncia pode ser pela Central de Relacionamento no telefone 0800 285 0196, ou pelo aplicativo Enel Distribuição Goiás. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)