Produtores de leite de Goiás cobram do governo melhoria para a categoria
Entre as reivindicações, estão as negociações pelo preço de venda do produto. Atualmente, é estipulado pelos próprios laticínios, que compram o produto antecipadamente e pagam com quase dois meses de prazo. Foto: reprodução.
Nielton Soares
Os produtores de leite de Goiás reuniram-se na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), nesta segunda-feira (22), para reivindicarem melhoria para a categoria. Eles alegam muitas perdas com a concorrência do leite importado. Além disso, sentem-se penalizados como “elo fraco da cadeia” de produção.
O produtor rural de Cromínia, Hedgar de Jean, explicou que os incentivos fiscais para o setor, atualmente, têm se concentrado nos demais elos da cadeia. “De 100% de incentivos, nós produtores rurais ficamos com apenas 4%”, calcula. Esses incentivos são isenções e renúncias fiscais que o Estado deixa de arrecadar para impulsionar setores econômicos.
Aos produtores a isenção está na compra de produtos, como rações sem impostos, por exemplo. Mas mesmo com esses benefícios, o setor produtivo fala em perdas financeiras, pois vendem o leite para os laticínios sem saber quanto irá receber pelo litro. “Nós entregamos o leite, por exemplo, no dia 1º de julho, e iremos receber apenas no dia 25 de agosto”, conta Jean.
O produtor de leite no município de Piracanjuba, Fábio dos Reis, fala que o aumento dos custos e a incerteza do preço do leite dificultam muito para eles. “Trabalhamos no escuro, sem saber quanto receberemos e se compensa continuar com a parceria”, disse. Como vendem antecipadamente o leite e não sabem quais serão seus ganhos, os produtores rurais de leite sempre estão com um crédito de quase dois meses com os laticínios.