História de família da primeira-dama expõe extremos do País
Matéria da revista Veja divulgada hoje (16) expõe do drama da primeira-dama Michelle Bolsonaro, com avó traficante e mãe acusada de falsificação. Foto: Revista Veja
Aline Bouhid
Matéria da revista Veja divulgada hoje (16) expõe do drama da primeira-dama Michelle Bolsonaro, com avó traficante e mãe acusada de falsificação. Desde o último sábado(10), o Brasil tomou conhecimento de que a avó materna de Michelle aguardava cirurgia acomodada em um corredor do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na periferia do Distrito Federal. A notícia correu rapidamente pelas redes sociais. Em poucas horas, a idosa foi transferida e operada em outra unidade do governo, desta vez com toda assistência.
Para o julgamento do senso comum, no entanto, o desfecho médico não encerra o assunto. Desde que Michelle subiu a rampa do Planalto ao lado do marido, Jair Bolsonaro (PSL), muitos brasileiros passaram a reparar na distância que a primeira-dama mantém de alguns de seus consanguíneos. Por ser pessoa pública, a curiosidade pelas origens dessa mulher é inevitável, especialmente quando existe uma retórica de valorização da família, presente nas falas de Bolsonaro.
Contrastes
O que fica evidente nos contrastes expõe uma realidade do País. Ao sair de Ceilândia, Michelle deixou para trás um cenário de violência, sofrimento e criminalidade. Dois tios maternos da primeira-dama do Brasil enfrentam problemas com a polícia. Um dos irmãos de sua mãe foi condenado por estupro, em 2018, a 14 anos de prisão. O outro encontra-se preso preventivamente por suposto envolvimento com a milícia. Na década de 1980, a mãe de Michelle foi indiciada por falsificação de documento. Atualmente, está inscrita em programa habitacional do Governo do Distrito Federal com um RG emitido em Goiás que contém informações adulteradas. Já nos anos de 1990, a avó materna da mulher de Bolsonaro cumpriu pena por tráfico de drogas – a mesma idosa que há alguns dias foi internada em hospital público do DF. Foram duas sobrinhas do tio de Michelle que o denunciaram por estupro sofrido quando ainda eram crianças. Em 2015, o avô materno da primeira-dama morreu assassinado de forma brutal, fato que os investigadores concluíram ter sido latrocínio.
A matéria da revista traz as histórias acima em detalhes e finaliza dizendo que a primeira-dama não quis se pronunciar sobre os familiares. Basicamente, a família de Michelle é um triste resumo da realidade nas periferias desassistidas do Brasil.