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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Saúde

15 dúvidas sobre o surto e a vacinação do sarampo

Reunimos aqui as principais dúvidas sobre o surto e vacinação do sarampo. Foto: Agência Brasil.

Postado em 17 de agosto de 2019 por Aline Carleto
15 dúvidas sobre o surto e a vacinação do sarampo
Reunimos aqui as principais dúvidas sobre o surto e vacinação do sarampo. Foto: Agência Brasil.

Da Redação

Mesmo fora da campanha de vacinação, o Ministério da Saúde orienta que vacinas contra sarampo continuarão sendo dadas nos postos de saúde. Reunimos aqui as principais dúvidas sobre o surto e vacinação contra a doença.

1. Quem ainda deve tomar a vacina?

Todo mundo que nunca tomou a vacina e todos aqueles que não têm certeza se já tomaram ainda podem procurar os postos de saúde mesmo após o fim da campanha de vacinação. O ideal é que todos entre 1 a 29 anos tenham tomado as duas doses da vacina, e que pessoas de 30 a 49 anos tenham a certeza de que tomaram ao menos uma dose.

Além disso, fica mantido o calendário de vacinação tradicional: mesmo os bebês que tiverem sido vacinados contra o sarampo na campanha atual devem tomar a vacina tríplice viral aos 12 meses de idade (1ª dose) e a tetra viral aos 15 meses (2ª dose). Ao mesmo tempo, crianças pequenas que já tenham tomado a tríplice e a tetra não precisam ser vacinadas novamente contra o sarampo.

Por fim, também continuará o chamado “bloqueio vacinal”, que é a vacinação de pessoas de qualquer idade que tenham tido contato com pessoas infectadas pelo sarampo. O ideal é que essas pessoas sejam vacinadas em até 72 horas depois desse contato. 

2. Quem são os mais vulneráveis à doença?

Uma das maiores incidências no surto atual é entre crianças menores de quatro anos.

3. Quais os sintomas e riscos do sarampo?

Os principais sintomas são febre (acima de 38,5º) e manchas avermelhadas na pele – começam no rosto e atrás das orelhas, e depois, se espalham pelo corpo. Podem vir acompanhados de tosse persistente, irritação nos olhos, coriza e congestão nasal. Pequenas manchas brancas dentro das bochechas também são comuns no estágio inicial da doença.
O grande perigo do sarampo é o fato de ele baixar muito a imunidade do paciente, deixando-o suscetível a outras infecções. A maior vulnerabilidade é em crianças de até dois anos de idade, sobretudo nas desnutridas, adultos jovens e indivíduos com imunodepressão ou em condições de vulnerabilidade, e podem deixar sequelas, tais como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença ainda pode levar à morte.
4. A vacina é segura? Tem riscos?

A vacina, tanto na rede pública quanto na privada, é segura, diz Oliveira, agregando que uma dose protege em 93% dos casos e duas doses têm uma eficácia de 97%. Não adianta tomar doses adicionais, porque a proteção não chegará a 100%. A vacina é feita de vírus vivo atenuado (enfraquecido) e atua de forma a estimular o sistema imunológico a desenvolver anticorpos para combater os “invasores”. Ela é administrada por injeção subcutânea. Algumas pessoas podem ter reações, mas, no geral, elas são leves, benignas, de curta duração e autolimitadas. As mais comuns são dor e vermelhidão no local da aplicação e febre.

5. Há gente que se vacinou e mesmo assim ficou doente. Por quê?
Para o Ministério da Saúde, isso se deve justamente a esse grupo de 7% a 3% que não fica totalmente protegido pela vacina.

6. Depois da vacina, quanto tempo leva para eu criar anticorpos?
Duas semanas. 

7. Posso estar transmitindo o vírus mesmo sem ter sintomas?

Sim.

8. O vírus em circulação atualmente é diferente do de outras épocas?
Eventuais mutações genéticas do vírus ainda estão sendo estudadas, mas agrega que isso não põe em xeque, até o momento, a eficácia da vacina disponível.

Oliveira destaca que há diferentes subtipos da doença, mas “as características de todos são reconhecidas pelo nosso sistema imunológico”. O que significa que a vacina protege contra todos os subtipos, e que quem já teve sarampo também está protegido contra todos.

10. Se eu acho que estou com sarampo, o que devo fazer?

“A primeira coisa a fazer é não ir ao trabalho, à escola ou ao shopping”, adverte Rosana Richtmann. Ou seja, evitar qualquer tipo de aglomeração, para não espalhar ainda mais o vírus.

Pessoas que estejam se sentindo bem apesar dos sintomas podem ficar de repouso em casa até o ciclo da doença passar, lembrando de se hidratar, comer bem, descansar e tomar medicamentos para baixar a febre.

Crianças pequenas, pessoas com o sistema imunológico comprometido ou que estejam inseguras a respeito da doença devem procurar atendimento médico, e exames de sangue podem confirmar se se trata mesmo de sarampo.

11. Como prevenir o sarampo?

A vacina é a principal medida de prevenção. É bom também lavar sempre as mãos, proteger o espirro e evitar aglomerações.

12. Por que o sarampo voltou?

A epidemia de sarampo é um fenômeno global. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização PanAmericana da Saúde (Opas) mostram que, em 2017, a doença foi responsável por 110 mil mortes, a maioria entre crianças menores de cinco anos.

Neste ano, ainda segundo as entidades, casos notificados no mundo triplicaram nos sete primeiros meses em comparação com o mesmo período de 2018.

Só nas Américas, entre 1º de janeiro e 18 de junho de 2019, a doença foi confirmada em 13 países: Argentina, Bahamas, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, México, Peru, Uruguai e Venezuela.

O Brasil, diz o Ministério da Saúde, vinha de um histórico de não registrar casos autóctones (adquiridos dentro do país) desde o ano 2000 – entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos, um no Ceará e outro em Pernambuco, a partir de casos importados.

Em 2018, no entanto, a doença reapareceu na região Norte, nos Estados do Amazonas, Roraima e Pará, acompanhando venezuelanos que fugiam da crise no país. Já os vírus que atingiram São Paulo, neste ano, vieram com pessoas que foram infectadas na Noruega, em Malta e em Israel.

O problema é que a cobertura vacinal da patologia no país está abaixo do patamar ideal, que é acima de 95%. Pelas informações do Ministério da Saúde, em 2018, esse índice, relacionado à vacina tríplice viral em crianças de um ano de idade, foi de 90,80%. Em 2015, chegou a 96,7%.

E as razões para isso são várias, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem: medo de ter reação à imunização; desconhecimento de que existe um calendário de vacinação específico para adultos e idosos; falsa sensação de segurança por parte de pessoas que não vivenciaram surtos de doenças; dificuldade de acesso aos postos de saúde no horário comercial; notícias falsas relacionadas a vacinas; e grupos antivacina.

Primeiros sintomas do sarampo são febre alta, acima de 38,5°, com duração de quatro a sete dias, e manchas avermelhadas na pele

13. O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. Sua transmissão se dá de forma direta, de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, respirar e falar.

14. Por que os jovens de 15 a 29 anos foram o foco da campanha recente?

Pessoas de todas as faixas etárias precisam ter as duas doses da vacina, mas os jovens dessa faixa etária nasceram em uma época em que a segunda dose não fazia parte do Calendário Nacional de Vacinação. Assim, muitos não a tomaram e, por isso, não estão totalmente protegidos.

15. Para quem a vacina contra o sarampo não é indicada?

Pessoas com alergia grave ao ovo, pacientes em tratamento com quimioterapia, gestantes, portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas, quem faz uso de corticoide em doses altas, transplantados de medula óssea e bebês com menos de seis meses de idade.

16. Quem já teve a doença precisa se vacinar?

Não. Quem já foi infectado com o vírus desenvolveu anticorpos contra ele. Dessa forma, não precisa se vacinar, nem pegará a doença de novo.

*Com Agência Brasil e reportagem de Renata Turbiani e Paula Adamo Idoeta da BBC Brasil.

 

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