A música que alcança a todos
Espetáculo ‘A Jovem Guarda’, entra em cartaz em uma apresentação única hoje (10), falando sobre um dos maiores movimentos musicais do país
Guilherme Melo e Sabrina Moura
Mostrando que a música popular brasileira possui grande diversidade e riqueza sonora, o grupo musical Ciranda da Gente/Seduc apresenta o espetáculo ‘A Jovem Guarda’, nesta terça-feira (10), às 20h, no Teatro Sesi. O grupo propõe a apreciação musical conecta ao contexto, aos compositores e aos diversos estilos e gêneros da música popular brasileira.
Segundo coordenador do grupo, Getúlio Chartier, a proposta nasceu por meio de uma pesquisa realizada sobre Bossa Nova na rede estadual, e apresentada nas escolas estaduais de forma didática, onde levava o conhecimento artístico musical e o despertar cultural. “A ideia é trazer para os alunos alguns movimentos que marcaram a História. Tornando os arranjos e ensaios do Prof. Marcos Santos o espetáculo torna-se reflexivo pela pesquisa e moderno pela sensibilidade do professor. E no futuro, temos a intenção de apresentarmos sobre a Tropicália. A música popular torna-se importante ferramenta para alcançarmos os alunos e o público em geral. Sendo ótima estratégia pedagógica no desenvolvimento e aprendizado musical, de forma a ampliar o leque auditivo e a diversidade existente no âmbito da música popular brasileira”, afirma Getúlio, em entrevista ao Essência.
Para Getúlio, o objetivo é estabelecer uma relação entre a diversão e a educação. “Nossa ideia é trazer uma reflexão e apresentar de forma educativa, descontraída, o movimento cultural Brasileiro que surgiu na dec. de 60, que mesclava, música, comportamento e moda. Que teve a influência do Rock and roll o final da dec. de 50 e o Soul, na dec. de 60”, comenta o coordenador.
Segundo ele, a apreciação musical é fundamental para o bom desenvolvimento do processo educativo em música, sensibilizando a plateia e criando novos elementos de análise e reflexão, graças ao envolvimento com a performance direta. “A música popular brasileira possui grande diversidade e riqueza sonora, promovendo um diálogo e comunicação direta com o público.
O grupo propõe a apreciação musical conecta ao contexto, aos compositores e aos diversos estilos e gêneros da música popular brasileira. Promove, portanto, concertos didáticos, o que estimula os alunos da rede estadual de ensino público a participarem das aulas de música e dos projetos educacionais complementares”, afirma.
Getúlio comenta sobre a importância de apresentar um espetáculo que conte a história da jovem guarda. “Propor uma busca com maior conexão com as escolas, pois entendemos que o campo diretamente ligado aos estudantes propicia um avanço significativo no seu aprendizado, apresentando o contexto, os compositores da música popular brasileira, em forma de concertos didáticos. Promovendo assim, aos estudantes da rede estadual a participarem das aulas de música e dos projetos educacionais complementares”, adverte o responsável pelo projeto.
Formado por professores da rede estadual de ensino, o grupo atua de forma específica na área de música e conta com a direção geral de Luz Marina de Alcantara. Coordenado por Getúlio Chartier, o Ciranda da Gente/Seduc é composto pelos seguintes integrantes: Valéria Mendes (voz soprano), Fran Ungarelli (voz contralto), Danilo Duarte (voz tenor), Getúlio Chartier (voz baixo), Bruno Rejan (baixo elétrico), Fausto Baptista (bateria) e Marcos Santos (piano/arranjos/ direção musical).
Sobre o espetáculo
Em 1965 estreava, na TV Record, um programa musical destinado ao público jovem da época, intitulado Jovem Guarda. Esse programa era levado ao ar aos domingos à tarde e era apresentado pelo trio Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. Esse trio ganhou muita popularidade por meio do programa e passou a liderar as paradas de sucesso da época, conquistando o status de ídolos da juventude juntamente com outros artistas, como Wanderley Cardoso, Ronnie Von e Jerry Adriani. Aos poucos, o nome do programa passou a ser associado ao estilo musical, ao comportamento e ao modo de vestir desses artistas, ampliando a ideia do programa televisivo para um movimento cultural brasileiro.
Com influências diversas, vindas do rock-and-roll britânico e americano, canções românticas italianas e francesas, os artistas da ‘Jovem Guarda’ criaram uma linguagem própria denominada de ‘Iê-iê-iê’. Suas músicas retratavam elementos e situações do cotidiano tipicamente urbano, como o uso do termo “broto” para falar de uma ‘menina nova e bonita’, e a referência aos carros (objetos que traduziam status social na época). A Jovem Guarda, além de apresentar elementos musicais, articulava aspectos simbólicos do dia a dia dos jovens nas letras das músicas, nos cenários do programa de TV e nas roupas dos artistas, delimitando claramente o que caracterizava esse momento.
(Guilherme Melo e Sabrina Moura são estagiários do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)
SERVIÇO
Quando: terça-feira (10), às 20h
Onde: Teatro SESI (Av. João leite, Nº 1.013, Setor Santa Genoveva)
Ingresso: 2 kg de alimentos ou um livro literário
Mais informações: (62) 3261-6619
(Guilherme Melo e Sabrina Moura são estagiários do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)