Casca de ovo consegue tornar o asfalto resistente e durável, diz pesquisa da UFG
Estudante de engenharia civil da instituição foi premiado pela descoberta; testes mostraram que a substância dobrou a vida útil da massa asfáltica – Foto: ilustração.
Nielton Soares
A casca de ovo pode torna o asfalto mais durável e resistente, constata uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás (UFG), pelo então universitário Matheus Cardoso, que se graduou em engenharia civil e foi premiado pela descoberta.
Ele disse que a má qualidade do asfalto nas vias goianas, afetando condutores de veículos e pedestres, o motivou para elaborar um estudo sobre o caso. “Tem esse desconforto de passar no buraco e acabar cortando o pneu”, lamentou.
Com isso, Matheus começou a pesquisar e constatou que a casca de ovo contém 97% de carbonato de cálcio – componente químico que ao ser misturado com o asfalto o deixa mais durável e aumenta ainda a resistência.
Foram oito meses de testes no laboratório, com trituração da casca de ovo e o farelo sendo misturado à massa asfáltica, composta por brita e areia, igual ao asfalto utilizado nas vias públicas.
O orientador do universitário, professor João Paulo Souza, conta que a experiência com a casca de ovo deixou o asfalto mais resistente e com índice de durabilidade chegando ao dobro do tempo de hoje. “Nossa massa asfáltica convencional ela tem um padrão de resistência de 0.6. O nosso material com o carbonato de cálcio, advindo da casca do ovo, apresenta o valor mínimo de 1.2″, explica.
Prêmio
Atualmente, Matheus faz mestrado no Rio Grande do Sul e por esse projeto recebeu um prêmio na categoria mobilidade pela UFG. O universitário salientou que o estudo apontou soluções com custos baixos para um problema complexo.
A conclusão é que a massa asfáltica produzida pela casca de ovo consegue suportar maior sobrecarga de veículos pesados, mesmo com trânsito intenso, e com vida útil superior que a atual.