Por aí e por aqui: lugar de mulher é onde ela quiser
Apresentadoras do Saia Justa concederam entrevista exclusiva para o jornal O Hoje antes de chegarem para gravar o programa ao vivo em Goiânia.
Aline Bouhid
Antes de aterrissar para a edição especial do programa Saia Justa ao vivo em Goiânia, Gaby Amarantos, Pitty, Astrid Fontenelle e Mônica Martelli conversaram com O Hoje sobre o novo lugar do feminino, maternidade, educação, representatividade e desafios da vida contemporânea. Nesta quarta-feira (30), às 21h30, no Teatro Rio Vermelho, o programa do GNT será apresentado ao vivo na Capital.
A edição integra o projeto Saia Justa Por Aí, que já passou por Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Curitiba. A escolha da data, em outubro, homenageia o aniversário de Goiânia. O programa é conhecido por tratar sobre temas atuais e polêmicos. Confira abaixo a entrevista:
Gaby Amarantos:
Alguém me falou certa vez que toda arte é política (…) Como você encara sua ligação entre arte e política?
Eu concordo plenamente! A arte com certeza está associada à política. Através da minha arte e o respeito que eu tenho pelas minhas origens, a melhor forma que eu tenho de fazer política é através da alegria. É mostrando que uma mulher negra pode sair da periferia e ser bem sucedida! Pode vencer, estudar e se tornar aquilo que ela quiser. Sendo artista, médica, nos espaços de poder, nos espaços públicos, no congresso nacional, sendo modelo… sendo o que ela quiser! e isso se expande para todas as pessoas que são periféricas. Então, através da minha arte, a minha atitude vencedora é o que de mais político eu tenho!
Pitty:
Depois de quinze anos fazendo sucesso com música, agora você se tornou um ícone feminista. Como é ser referência para tantas mulheres?
Me sinto honrada de ser referência e procuro trocar o máximo possível e aprender, para evoluir junto com outras mulheres. É legal poder contar com a experiência e afeto umas das outras.
Antes de ser artista você chegou a prestar vestibular para jornalismo. A vida dá tantas voltas que hoje no programa é mais ou menos isso que você faz. Como você vê sua atuação no Saia Justa?
Pois é, prestei pra Jornalismo! Mas no Saia Justa é uma mistura, menos responsabilidade jornalística digamos assim e mais responsabilidade de opinião, embasamento, etc. Eu procuro estudar as pautas e estar pronta para os assuntos, epsecialmente para as entrevistas com os convidados. Tudo é Comunicação né, eu sempre gostei dessa área.
Astrid:
Você sempre foi defensora do empoderamento feminino, que adverte não pode ser o avesso do machismo. Você curte ser essa referência para as mulheres?
É impossível como formadora de opinião não curtir essa referência, ainda mais de uma causa universal. Tenho essa responsabilidade e faço o possível pra passar essa mensagem para mais e mais mulheres. E me parece tão obvio… estamos falando em igualdade de direitos e deveres, de respeito, de sermos nós as senhoras da nossa vida…..
Você tem um filho de 11 anos (eu tenho um de quatro) e sempre fico pensando em como discutir o papel do masculino nesse momento. Como você vê a educação dessa nova geração?
Educo meu filho com o mesmo padrão do meu comportamento. Respeito ao próximo e atenção maior ao que as meninas falam. Para ele é natural a questão da igualdade e direitos. Ele está com 11 anos e já sabe muito bem respeitar uma colega. Já sabe bem o que significa “não é não” e também é muito educado. Sempre muito gentil comigo!
Como você vê sua participação no Saia Justa?
Quando fui chamada para comandar o Saia, minha missão era de ser mais pop, ou seja, falar de igual pra igual com a audiência. Não saberia fazer de outra forma. E amo fazer!
Mônica:
Você parece ser superbem humorada. Como você consegue lidar com a vida com tanto humor? Será que a diversão é o que vai nos salvar das tragédias da vida?
Olha, eu sou bem-humorada sim. Eu acho que você escolhe como você quer olhar para a vida. Diariamente, você sai e olha para a vida com humor, alegria ou com angústia e tristeza. Você opta por esse olhar. Eu tenho um olhar bem-humorado para a vida. Inclusive, as tristezas que eu passo, depois que eu vivencio elas, depois que eu vivo o luto, eu tiro graça delas, eu olho com graça. Eu acho que a melhor coisa é a gente ter um olhar de humor para a vida.
Eu acho que você ser positivo te salva de muitas coisas na vida. Eu acho que na vida você tem que ter um olhar positivo, buscar alegria, buscar o lado bom, acreditar que é possível. Eu acho que a esperança faz parte da vida. Sem fé, sem esperança, você não levanta da cama diariamente. Não precisa ter fé em nenhuma religião, é ter fé na humanidade, fé numa fala política, fé no amor, nos seus filhos. É você acreditar em alguma coisa. Acreditar e ter fé, acho que isso te salva da vida.
Sucesso no teatro, no cinema, no programa, como você vê esse momento? Converse comigo um pouco sobre o momento atual de empoderamento feminino e busca por novas atuações.
Eu estou em um momento muito especial da minha vida, com turnê com a minha peça, lotando todos os teatros. Inclusive, eu fiz em Goiânia no teatro Rio Vermelho, onde estou voltando agora com o Saia Justa. Eu amo esse teatro, eu tenho uma carinho muito grande por Goiânia, tenho grandes amigos de Goiânia. É uma cidade que sempre me acolheu muito.
Na televisão também, estou indo para a quinta temporada da minha série OS Homens São de Marte que é um sucesso absoluto no canal, que as mulheres acompanham muito e está disponível no NOW para quem quiser assistir desde a primeira temporada. Tem o Sai Justa, que é um programa que eu amo fazer, então, eu estou em um momento muito feliz da minha vida.
Eu tenho consciência desse momento feliz e eu valorizo muito isso que eu estou vivendo, eu não acho que seja uma coisa normal. Eu acho que é um grande momento e a vida é feita pelos momentos.