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domingo, 24 de novembro de 2024
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Força-tarefa

Ministério Público apresenta 11ª denuncia de crime sexual contra João de Deus

Ao todo 11 mulheres foram ouvidas, mas em sete casos o crime já estava prescrito, incluindo atos praticados contra duas vítimas que na época eram adolescentes com 12 e 14 anos. Foto: Jorge Borges

Postado em 2 de dezembro de 2019 por Redação
Ministério Público apresenta 11ª  denuncia de crime sexual contra João de Deus
Ao todo 11 mulheres foram ouvidas

Jorge Borges

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) apresentou na manhã desta segunda-feira (2), a 11ª denúncia contra João Teixeira de Faria, o João de Deus, por crimes sexuais. Quatro, das 11 mulheres, não tiveram o crime prescrito, nos outros sete casos, houve a prescrição, mas as vítimas colaboraram com o MP-GO atuando como testemunhas.

Em coletiva à imprensa, as promotoras Renata Silva e Ariane Gonçalves, que integram a força-tarefa responsável por acolher as denuncias contra o médium, informaram que as quatro mulheres vítimas de João de Deus que não tiveram seus crimes expirados, têm de 25 a 40 anos de idade e sofreram os atos entre 2010 e 2016. Duas são da Bahia, uma do Distrito Federal e uma do Rio Grande do Sul. 

No caso dos crimes com prazo caduco, as vítimas, que são de diferentes lugares do País: duas do Rio Grande do Sul, duas do Distrito Federal, uma do Pernambuco, uma do Maranhão e uma do Espírito Santo, auxiliaram o trabalho do MP-GO como testemunhas no caso. Segundo as promotoras, os atos cometidos contra as mulheres ocorreram entre 1976-2008 e o que chama a atenção, é que duas dessas práticas, ocorreram enquanto as vítimas eram adolescentes com idades de 12 e 14 anos.

Números

De acordo com as promotoras, até o momento, 319 vítimas procuraram o MP-GO por meio de e-mail ou telefonema. Destas, 194 mulheres formalizaram suas denuncias no Ministério Público de Goiás ou de seus respectivos estados. 144 vítimas já foram confirmadas, 57 com os crimes  não prescritos e 87 com os atos com prazos expirados para a Justiça, mas que estão colaborando com a força-tarefa por meio de relatos, como testemunhas e/ou informantes.  

Durante a coleta dos depoimentos, o MP-GO identificou o mesmo modelo, descrito anteriormente por outras vítimas, utilizado por João de Deus na abordagem das vítimas. As mulheres enfrentavam momentos de vulnerabilidade, cenário de doenças como câncer, epilepsia e depressão severa, em si próprias ou em entes queridos próximos, mas ao irem ao encontro do médium na Casa Dom Inácio, eram assediadas por ele, incluindo ameaças espirituais que fragilizavam ainda mais o psicológico das vítimas.

Habeas Corpus

Na próxima quarta-feira (4), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá realizar o julgamento do mérito fornecido pela defesa de João de Deus no pedido de habeas corpus do médium. O MP-GO informou que cada denuncia apresentada pela Instituição, é um pedido de prisão diferente ao qual o acusado deverá responder separadamente, destes, duas prisões já foram decretadas pela Justiça. 

Além das 11 denuncias de crimes sexuais cometidos, o médium ainda responde por mais três acusações, duas por porte e posse ilegal de armas de fogo e uma ação civil pública de bloqueio de bens, que somam juntos R$ 50 milhões. João de Deus, que está preso desde o dia 16 de dezembro do ano passado, se condenado em todas as denuncias já apresentadas pelo MP-GO à Justiça, terá uma pena mínima total de 456 anos, dos quais 32 anos serão da acusação protocolada nesta segunda-feira. 

 

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