Corredor da Avenida T-7 terminou o ano de 2019 com 40% de conclusão
Execução está na adequação das calçadas acessíveis do Terminal Bandeiras até a Praça Cívica| Foto: Wesley Costa
Igor Caldas
O corredor da Avenida T-7 terminou o ano de 2019 com 40% de conclusão. A fase da execução atual está na adequação das calçadas acessíveis do Terminal Bandeiras até a Praça Cívica, no Setor Central, e a revitalização das calçadas da Praça Tamandaré. Apesar dos transtornos causados no comércio da região, a prefeitura afirma que a benfeitoria deve trazer melhorias para o trânsito da região. Haverá outros corredores exclusivos construídos no mesmo modelo que o da Avenida T-7.
Em outubro deste ano, comerciantes reclamaram dos transtornos causados pelo quebra-quebra das calçadas. Dono de uma loja de skate localizada na avenida, Lisandro Marcelo, afirma que perdeu muitas vendas durante a adequação do calçamento na porta de sua loja. “Eles demoraram demais para terminar o serviço aqui. Foi mais de 15 dias com a calçada toda quebrada e sem o cliente conseguir acessar a loja”. O empresário afirma que perdeu mais de 20% das vendas naquele período.
Lisandro ainda diz que depois que o período das chuvas começou, a calçada ainda não havia sido terminada. Ele apontou falhas e estragos causados pela água que foram reparados às pressas. “Olha só essa emenda que eles fizeram bem na porta da minha loja. A enxurrada levou um pedaço da calçada e eles remendaram de qualquer jeito, que já se desfez”. O comerciante afirma que, por causa, da rachadura o calçamento acessível perde sua função. “Se alguém com deficiência visual ou um idoso passar por aqui pode tropeçar. De que adianta ter calçada acessível?”.
Outra discussão que Lisandro levantou foi sobre a questão de estacionamento. Sua loja não possui vagas na frente do estabelecimento. “Acho que deveriam mudar o horário definido para o estacionamento na via. Acho que aqui não tem espaço para fazer o corredor. Depois que estiver pronto, vai ficar apenas uma fila para carros? Não vai dar certo”.
A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas afirma que a obra segue o cronograma estipulado pela Prefeitura e deverá ser concluída até março deste ano.
Quatro corredores de ônibus
A prefeitura de Goiânia marcou novas datas para a concorrência de licitações para o projeto de quatro corredores de ônibus na Capital. Também serão feitos corredores das Avenidas 85, 24 de outubro, Avenidas Independência e T-63. De acordo com o Secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Dolzonan Mattos, os novos corredores devem seguir o mesmo modelo da Avenida T-7.
O corredor da Avenida T-7 já estava previsto no Plano Diretor em vigor e começou a ser construído em 2015. “É uma obra que vem se arrastando há muito tempo, mas conseguimos convencer a empresa a continuar na empreitada”. Dolzonan ainda afirma que as obras de drenagem e ciclovias do canteiro central da T-7 estão concluídas.
Na Praça Tamandaré, o novo calçamento é composto por ladrilhos hidráulicos de alta resistência. O piso pigmentado de vermelho, de dimensões 40×40 cm, será instalado em todo entorno da praça. A nova calçada do espaço terá paraciclos, novas lixeiras, novos abrigos nos pontos de ônibus e rampas de acesso para cadeirantes, além de piso tátil para deficientes visuais. A inclusão do pedestre faz parte do projeto do corredor para o transporte coletivo.
Corredor pode ser preferencial, a princípio
Segundo o coordenador do eixo de Mobilidade, Acessibilidade e Transporte da elaboração do Novo Plano Diretor de Goiânia, Sérgio Wiedehecker, a previsão é que o corredor da T-7 seja exclusivo para ônibus, mas no início de sua implantação ele poderá funcionar apenas como preferencial. “Acontece que a implementação do Plano Diretor depende também das condições orçamentárias do município. Ele funciona apenas como uma orientação de como as obras devem seguir na cidade”, afirma Sérgio.
O novo calçamento, além da função estética, vai auxiliar na elevação da umidade do ar no espaço. A substância usada para assentar o piso tem alta capacidade de retenção de água e deve criar um clima mais ameno, principalmente no longo período de estiagem, quando a baixa umidade relativa do ar se torna prejudicial à saúde.
O corredor deve surtir efeito para 182 mil pessoas moradoras dos bairros Vila Alpes, Vila União, Vila Lucy, Jardim Ana Lúcia, Setor Sudoeste, Jardim América, Setor Bueno, Setor Oeste, Setor Sul, Setor Central e Jardim Europa. Ele deve passar pela Rua Dona Gercina Borges Teixeira, no Centro, Avenidas Assis Chateubriand, T-7, C-4, C-12, C-17, Araxá, Avenida Belo Horizonte, Terminal das Bandeiras e Vila União.
Obras se arrastam
As obras do corredor da T-7 começaram em 2015 com previsão inicial para serem concluídas em fevereiro de 2016. O prazo venceu sem que o trabalho tivesse sido finalizado e passou a ser prevista para ser concluída em fevereiro de 2018. Com 40% das obras executadas, a terceira previsão está para março de 2020. Ela está sendo realizada com recursos do Governo Federal, no montante de R$ 30.475.085,25, o corredor tem uma extensão de 10,5 km, num trajeto que atinge 12 bairros da Capital.
O projeto, que prevê a implantação de ciclovias no canteiro central (já concluídas), ciclofaixas e ciclorrotas no leito das vias, onde carros vão compartilhar a via com ciclistas. Os dispositivos de mobilidade e integração de transportes serão executados na extensão que vai da Praça da Bíblia até o Terminal Bandeiras. Para evitar alagamentos e assoreamentos, o sistema de drenagem está sendo executado no Córrego Vaca Brava com a Avenida C-12, no Setor Sudoeste.
Plano Diretor prevê 15 corredores
O novo Plano Diretor prevê a implantação de 30 quilômetros de corredores de ônibus. Eles seriam construídos no Campus UFG; Anhanguera; Goiás BRT Norte-Sul; Leste/Oeste; Marginal Leste; Mutirão; Noroeste; Perimetral Oeste; Pio XII; Santa Maria; Avenida T-7; Avenida T-8; Avenida T-9; Avenida T-63; e corredor da Avenida 85. Pelo menos cinco deles já foram construídos: nas Avenidas Anhanguera, Goiás, Goiás Norte, 84 e Rua 90.
O coordenador do eixo de Mobilidade, Acessibilidade e Transporte da elaboração do Novo Plano Diretor de Goiânia, Sérgio Wiedehecker, afirma que a melhor implantação de corredores para transporte coletivo foi na extensão entre a Rua 82 até a Praça da Bíblia. Ele afirma que todos os outros a serem implantados deveriam seguir o modelo deste. “A via contou com reconfiguração do passeio público com acessibilidade e monitoramento por câmeras. Elas ajudam a garantir que o corredor tenha o funcionamento correto para o transporte coletivo”.