MPF denúncia 7 por crimes cibernético, entre eles o jornalista Gleen
A Operação Sppofing, braço da Lava Jato, denunciou, nesta terça (21), grupo por organização criminosa, lavagem de dinheiro e invasão de celulares – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
O jornalista Glenn Greenwald, o hacker e mais cinco foram denunciados, nesta terça-feira (21), por organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptações telefônicas de autoridades brasileiras. Segundo Ministério Público Federal (MPF), as provas coletadas durante as investigações mostram que o comunicador estrangeiro auxiliou, incentivou e orientou o grupo nas invasões, porém, não foi indiciado pela Polícia Federal (PF).
A denúncia é assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira. No documento, é relatado que a organização criminosa executou crimes cibernéticos por meio de três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos (como, por exemplo, celulares) e lavagem de dinheiro.
A peça traz que Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos atuavam como mentores e líderes do grupo. O ‘testa de ferro’ de Netto seria Danilo Cristiano Marques, que proporcionava meios materiais para que o líder executasse os crimes.
Além disso, a denúncia apresenta Gustavo Henrique Elias Santos como programador, desenvolveu técnicas que permitiram a invasão do Telegram e perpetrava fraudes bancárias. Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, agia como laranja e “recrutava” nomes para participarem das falcatruas. E, Luiz Molição invadia terminais informáticos, aconselhava Walter sobre condutas que deveriam ser adotadas e foi porta-voz do grupo nas conversas com Greenwald.
Glenn Greenwald
Já o jornalista Glenn Greenwald, o MPF ressalta que ele não era alvo das investigações, mas que a conduta foi adotada em respeito à medida cautelar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, que proibiu apurações sobre a atuação do denunciado.
Entretanto, durante a análise de um MacBook apreendido – com autorização da Justiça – na casa de Walter Delgatti, foi encontrado um áudio de um diálogo entre Luiz Molição e Glenn, sobre a invasão sofrida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Na conversa, o acusado pede orientações ao jornalista acerca da possibilidade de “baixar” o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept Brasil. A resposta de Greenwald é que o grupo devesse apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito.
Os promotores apontam que isso caracteriza a participação do jornalista, buscando subverter a ideia de proteção à fonte jornalística, recebendo o material de origem ilícita.