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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Coronavírus

Murilo relata tensão no futebol italiano: “Não esperávamos que chegaria a esse ponto”

Atacante brasileiro está há quase quatro anos na Itália, defendendo o Livorno; O jogador foi autor do gol no empate em 4 a 4 diante do Virtus – Foto: Arquivo Pessoal

Postado em 1 de abril de 2020 por Daniell Alves
Murilo relata tensão no futebol italiano: "Não esperávamos que chegaria a esse ponto"
Atacante brasileiro está há quase quatro anos na Itália

Victor Pimenta

Já são mais de cem mil casos confirmados com coronavírus na
Itália. O país hoje ocupa o segundo com mais infectados da doença pandêmica.
Para a infelicidade de muitos, lidera o ranking como o país com mais vítimas
fatais, ao todo são doze mil, quatrocentos e vinte e oito mortes.

Em virtude da pandemia mundial, os campeonatos europeus
pararam antes mesmo que pudesse piorar ainda mais a situação em seus países.
Mesmo sendo um dos primeiros campeonatos a paralisar durante a temporada, na
Itália as coisas não andam bem. Quem falou mais foi o atacante brasileiro do Livorno,
que comentou como foi a paralisação no país da bota.

“Muito brusca. Só em saber que você não pode mais treinar,
nem encontrar os teus companheiros de equipe por tempo indeterminado, foi uma
coisa chocante. Até porque, no início, não esperávamos que chegaria a esse
ponto. Da noite para o dia não, mas foi de maneira muito rápida e que nós não
esperávamos”, falou o jogador.

O jogador já está há quase quatro anos morando na Itália e
entende bem da situação que o país tem passado. O país que tem sofrido com
milhares de mortes diariamente, aos poucos vai equilibrando no número de casos
com o número de pacientes já curados do covid-19.

“Situação agora começa a se controlar. O número de pessoas
recuperadas diariamente começa a se igualar ao número de mortes diárias. E
conforme estão passando os dias, o número de mortes teve uma queda para a
felicidade de todos. Então, acho que neste momento na Itália a situação começa
a ser controlada de forma geral”, ressaltou Murilo.

A direção do Livorno entendendo como estava crítica a
situação no país, liberou seus atletas sem previsão de retorno. Com isso, a
comissão técnica passou para o brasileiro, como para o restante do elenco,
treinos para fazer em casa. Agora Murilo espera ver a definição do clube nas
próximas semanas.

“Passaram primeiramente que não haveria mais treinos por
tempo indeterminado. Depois, começamos a fazer treinos online, de casa mesmo,
com os treinadores e preparadores físicos. Mas a diretoria está decidindo pouco
neste momento, porque toda decisão vem baseada na decisão do governo”, disse o
brasileiro.

Natural de Belo Horizonte, Murilo tem diariamente falado com
seus familiares no Brasil. O jogador entende que na Itália demorou para
perceber a gravidade, diferentemente do Brasil, que agiu rápido em relação ao
covid-19.

“Sim. Passam que a situação ainda não é da gravidade que
chegou aqui na Itália. A nossa esperança é que continue assim, até porque o
Brasil agiu rápido nas decisões mais drásticas. Coisa que o governo Italiano
esperou muito para se mover e tomar as decisões”, relatou o jogador do Livorno.

Assim como no Brasil, após o surto de coronavírus os
moradores para se precaverem, compraram bastantes máscaras e álcool em gel para
estocarem caso precise. Na Itália não foi diferente, Murilo falou sobre a falta
de alimentos e produtos higiênicos em alguns supermercados da região.

“Álcool em gel e máscaras são praticamente impossíveis de
achar. Tive a sorte que acabei comprando bastante antes que virasse mesmo o que
virou, e então não me faltou. Mas muita gente não conseguiu comprar. Os
supermercados estão sobrecarregados, na minha região ainda não faltou nada, mas
em muitas regiões aqui na Itália, até mesmo o básico (água, macarrão) estava em
falta”, disse o brasileiro.

Sem saber quando essa onda de surtos do covid-19 acabará de
vez, existe a indefinição em vários campeonatos no calendário europeu. A Série
B do italiano, onde o Livorno disputa é um deles. Murilo falou sobre o que
pensa caso haja um retorno, ou se seria justo finalizar por conta de tudo que
aconteceu.

“Eu acho que de alguma maneira isso vai mexer e muito nos
campeonatos. Times que estavam bem, talvez não voltem tão bem como antes, e os
que estavam mal talvez voltem melhores. Na minha opinião, o cancelamento do
campeonato seria a decisão mais justa. Mas, ao mesmo tempo me coloco no lugar
da federação e imagino que tomar uma decisão não será fácil. Até mesmo porque,
independentemente da decisão terá sempre alguns times mais prejudicados com a
decisão. Então é aguardar para ver o que vai acontecer”, falou Murilo.

O brasileiro por fim relatou como foi que a direção do
Livorno chegou aos atletas falando sobre a paralisação. Murilo que já estava
ciente do que estava acontecendo contou que antes mesmo de parar o campeonato,
chegou a jogar em uma das cidades mais afetadas pelo vírus, em Verona.

“Logo depois do primeiro decreto do governo de
ficar em casa, já cancelaram os nossos jogos e treinos. Então foi algo baseado
de acordo com a evolução do vírus. Chegamos até a jogar em Verona, que naquele
momento era perto de uma zona vermelha atingida pelo vírus. Logo depois disso,
parou tudo e estamos até hoje em casa”, concluiu o jogador. 

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