Iquego volta a funcionar para a produção de álcool 70%, em Goiânia
Indústria já está abastecento órgãos públicos de Goiás. A expectativa é produzir 70 mil litros do produto mensalmente. Foto – Divulgação
Marcella Vitória
A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) retomou as atividades neste mês com a fabricação de álcool 70% líquido e em gel. Após sete anos sem funcionar, a expectativa é produzir 70 mil litros do produto mensalmente.
O presidente da Iquego, Denes Pereira, relata: “Não vamos produzir álcool só durante a pandemia, a produção vai continuar após este período. Já começamos a abastecer os órgãos públicos de Goiás, como hospitais, repartições e secretarias”.
Segundo Denes, não foi necessário adquirir novos equipamentos para retomar as atividades. “Fizemos apenas ajustes nas máquinas que já tínhamos, recalibramos algumas balanças, bicos dosadores e outros”, informou.
O álcool produzido poderá ser vendido para instituições públicas municipais, estaduais ou federais. O produto não será comercializado a um preço menor porque há a exoneração de tributos do Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Ele ainda relata que a indústria está com propostas de âmbito público abertas para 42 novos produtos, como medicamentos antirretrovirais e oncológicos. Além disso, há também uma proposta de produção em larga escala de um repelente de longa duração em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).
Retomada
A Iquego tem um parque industrial com 40.615,22 m², sendo 15.024,29 m² de área construída. O laboratório público tem capacidade produtiva de mais de 1 bilhão de unidades de medicamentos por ano, segundo o presidente.
As atividades estavam suspensas desde 2013 e desde o governo anterior se estuda uma mudança de gestão da indústria, seja para a formação de uma parceria público-privada ou privatização. Em dezembro de 2019, os deputados autorizaram o governo a vender ativos, ou seja, parte do patrimônio da Iquego, além de outras estatais.
O processo de desestatização se encontra em análise por técnicos do governo. “Nós estamos trabalhando para encontrar o melhor caminho para empresa. Já voltamos a produzir, melhoramos o balancete depois de 13 anos e estamos conseguindo ser autossuficientes. Estamos estudando possibilidades de privatização por meio da venda de 49% das ações e por meio de políticas de desenvolvimento produtivo e parceria público-privada”, ressalta Denes.
O gestor reforçou que diminuiu os custos da indústria: “Reduzimos cargos comissionados e otimizamos a maneira de trabalho com menor número de pessoas”. Segundo ele, atualmente, a dívida da Indústria é de R$ 72 milhões.