Policia Civil investiga contrato da Codego com empresa de filho do Cachoeira, em Anápolis
A apuração ocorre em sigilo. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) recebeu um pedido para investigar o contrato – Foto: Divulgação
Marcella Vitória
O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) da Polícia Civil de Goiás está investigando um contrato feito entre a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) e uma empresa que tem como um dos sócios Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho do contraventor Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A apuração ocorre em sigilo. A Corregedoria-Geral do Estado (CGE) também abriu uma sindicância para investigar se houve envolvimento de algum servidor público em algum ato ilícito relacionado a esse contrato. O órgão afirmou que em 2019, recomendou à Codego que a venda da área seguisse valor de mercado R$ 5 milhões, tendo em vista que o intuito era comercial e não para montar uma indústria.
De acordo com a Codego, o contrato era de cessão de uma área no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) para a construção de um shopping, mas foi rompido assim que o órgão soube que a empresa contratada tinha Matheus como sócio. O órgão afirmou que o valor do contrato não foi o sugerido pela CGE, mas não informou o valor da negociação.
A Companhia justificou que não comercializa terrenos, mas cede-os aos potenciais empreendedores, desde que estes cumpram com a função social estabelecida no Termo de Cessão de Área, que é a geração de emprego e renda. Em nota, foi informado ainda que o mesmo contrato também compreendia a construção da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) também recebeu um pedido para investigar o contrato. A promotora Villis Marra ficou responsável por decidir se haverá abertura de inquérito civil público. Ela solicitou os documentos do contrato e só poderá indicar irregularidades após analisar os mesmos.
Mudanças na presidência
Após ter sido indicado pelo governador Ronaldo Caiado e avalizado pelo Conselho Administrativo da Companhia, a Codego está sobre gestão do presidente Hugo Cunha Goldfeld. A posse aconteceu na última segunda-feira (15). No mesmo dia, Marcos Ferreira Cabral deixou o cargo para atuar em outra área do governo.
A saída dele aconteceu após denúncias de que o terreno em Anápolis fora cedido a uma empresa do filho de Cachoeira. Segundo a Codego, a saída do presidente foi uma decisão do próprio e conversada com o governador, Ronaldo Caiado (DEM).