Felipe André

O Atlético Goianiense está na segunda semana de treinamento,
enquanto diversos clubes do futebol brasileiro ainda discutem a possibilidade
de retomar as atividades. A equipe rubro-negra contou com o decreto do prefeito
Iris Rezende, o que não aconteceu ainda em outras cidades com grandes clubes,
como o Rio de Janeiro e São Paulo, apesar que no Rio Grande do Sul, Grêmio e
Internacional treinam normalmente.

De volta na Série A após conquistar o acesso na última
temporada, o Atlético saiu na frente do rival Goiás, que voltou as atividades
quatro dias depois. O meio-campista Jorginho, que vai iniciar a oitava
temporada no clube, entre empréstimos para a Coréia do Sul e Arábia Saudita,
espera que esse retorno antecipado possa favorecer o clube.

“Tem sido dias de treinos intensivos, ótimos trabalhos e
espero que a gente saia na frente dos demais adversários (na Série A). Todo
mundo está voltando aos treinamentos, estamos ainda sem a noção de quando o
campeonato vai começar, mas quando isso acontecer todos vão estar no mesmo
nível. Estamos nos preparando para surpreender muitas equipes durante as
competições”, destacou Jorginho, camisa 10 do Atlético.

O meia ressaltou sobre as mudanças na sessão de treino e no
dia a dia no Centro de Treinamento do clube, localizado no setor Urias
Magalhães. “Estamos na segunda semana da volta aos treinos e é uma rotina
diferente. Estamos seguindo todos os protocolos que o clube estabeleceu para o
grupo”, disse.

Jorginho tratou de elogiar o trabalho realizado pela
comissão técnica durante o clube. O camisa 10 informou que não perdeu peso
durante a pandemia, o que é comum ao jogador quando fica muito tempo sem atuar.

“Antigamente quando eu chegava no Atlético de férias, estava
abaixo (de peso) dos demais jogadores. Dessa vez eu voltei na mesma forma do
que eu terminei, com o mesmo percentual, mesmo peso. Me preparei durante essa
pandemia, tomando suplementação que o clube passou, me mandaram também o que eu
tinha que comer. Estou como os demais jogadores, manter do mesmo jeito para não
ter lesões musculares”, apontou Jorginho.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou diminuir o
intervalo das partidas de 66 horas para 48 horas, com o intuito de completar o
calendário de 2020, apesar dos problemas impostos pela pandemia do coronavírus,
mas não recebeu uma resposta positiva dos jogadores. O intervalo mínimo de 66
horas entre um jogo e outro do mesmo clube ficou estabelecido após acordo homologado
entre a CBF e a Fenapaf, em 2017. O processo da Fenapaf prevê multa de R$ 25
mil em caso de descumprimento do acordo.

“Para o atleta é muito difícil (intervalo de 48
horas), três dias já era complicado por conta das viagens para voltar a
Goiânia. Temos que nos preparar melhor ainda para evitar lesões. Comigo vai ser
complicado, eu demoro mais para me recuperar durante os jogos, mas espero que o
departamento médico e a preparação física façam um planejamento para todos os
jogadores de maneira individual”, concluiu Jorginho.