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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Crime

Preso no Rio bombeiro acusado de obstruir investigação do caso Marielle

Maxwell Correa foi alvo da Operação Submersus 2. Ele teria sido proprietário do carro utilizado para ocultar um arsenal do então acusado de ser o executor da vereadora.Foto – Psol/RJ

Postado em 10 de junho de 2020 por Redação
Preso no Rio bombeiro acusado de obstruir investigação do caso Marielle
Maxwell Correa foi alvo da Operação Submersus 2. Ele teria sido proprietário do carro utilizado para ocultar um arsenal do então acusado de ser o executor da vereadora.Foto - Psol/RJ

Marcella Vitória*

O bombeiro Maxwell Simões Correa foi preso na manhã desta terça-feira (10), no Rio de Janeiro, acusado de obstruir as investigações sobre a execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.  Ele foi alvo da Operação Submersus 2, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Corregedoria do Corpo de Bombeiros e Delegacia de Homicídios da Capital (DH). 

Em entrevista na porta da DH, na Barra da Tijuca, a promotora do MPRJ responsável pelo caso, Simone Sibilio, afirmou que Correa foi proprietário do carro utilizado para ocultar um arsenal de armas de Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da vereadora. 

“Ele [Maxwell Correa] responde pelo crime de obstrução da justiça. É por isso que ele foi investigado, denunciado e preso. Ele participou da ocultação de várias armas, que foram lançadas ao mar. Se a arma usada no crime estava lá, nós não sabemos afirmar. Mas o fato é que ele participou do crime de obstrução da justiça. Há várias provas no processo, que está sob sigilo”. 

De acordo com Sibilio, o carro está em propriedade de Elaine Lessa, esposa de Ronnie, mas ele teria sido de Maxwell. Ela ainda esclareceu que apesar do bombeiro ter sido preso em sua mansão na zona oeste, a denúncia não é por investigação financeira.

A promotora explicou que o advogado de Correa foi chamado e acompanhou a prisão. Além disso, há um mandado de busca e apreensão em endereços ligados a um policial militar que é amigo próximo de Lessa. Ao chegarem na delegacia, o bombeiro e seu advogado não se pronunciaram. 

O titular da Delegacia de Homicídios, Daniel Rosa, explicou que o carro que pertenceu a Correa foi usado no transporte das armas de Ronnie Lessa. As investigações apontam que a ocultação das armas foi feita por Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas. Todos já denunciados pelo crime.   

Daniel relata: “Eles retiraram as armas da casa do Ronie Lessa, passaram para esse automóvel, que ficou localizado dentro de um mercado aqui na Barra da Tijuca, e horas após eles fizeram o transporte dessas caixas, com ao menos seis fuzis, ao mar da Barra da Tijuca, onde eles contrataram esse barqueiro, foram até as ilhas e lá dispensaram todo esse material bélico”. 

Maxwell Correa afirmou nas investigações que tinha levado a esposa ao médico em Botafogo no dia do assassinato de Marielle e Anderson. Logo em seguida, os dois foram assistir a um jogo de futebol em um bar pequeno na Barra da Tijuca, também frequentado por Lessa. 

O delegado ressalta que crime de ocultação de armas é grave. “Foi um crime muito grave, uma vez que esses fuzis, se fossem recuperados, seriam submetidos a confronto balístico e, certamente, a gente desvendaria outros crimes pelo uso daquelas armas. Inclusive um dos fuzis estava com bandoleira, aquele acessório que o atirador usa para colocar o fuzil no pescoço. Isso denota que os fuzis estavam para pronto emprego, seriam usados ou tinha sido usados anteriormente”. 

Por meio de nota, o  Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informou que a Corregedoria Interna e o Serviço Reservado da corporação participaram da operação na manhã de hoje. “A instituição aguarda as informações solicitadas sobre o processo para abrir procedimento interno. Na esfera criminal, a competência é do Poder Judiciário. O Corpo de Bombeiros repudia veementemente todo e qualquer ato ilícito. A corporação segue à disposição para colaborar com as autoridades.” 

*Com informações da Agência Brasil 

 

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