Tadeu faz reflexão do início de temporada e valorização do próximo: “Todos somos iguais”
Goleiro viveu drama familiar no início do ano, agora já superado e ressaltou uma importante lição em um momento como esse – Foto: Rosiron Rodrigues / Goiás EC
Victor Pimenta
Há duas semanas atrás o Goiás começava a treinar no centro
de treinamento após um longo período inativo das atividades físicas, porém,
exames tinham que ser feitos para verificar a existência ou não de jogadores
contaminados pelo Covid-19. Na primeira bateria de exames realizadas, oito
funcionários deram positivo, sendo três jogadores.
O clube então isolou todos os oito casos. Mais recentemente,
o goleiro Marcelo Rangel revelou ter sido um dos atletas em questão com tal
doença, mas agora devidamente tratado, já está curado. O Goiás realizou sua
terceira bateria de exames e todos casos deram negativo para Covid, deixando o
ambiente e o elenco esmeraldino mais seguro para pensar no retorno aso
gramados.
“Na minha opinião, me sinto seguro sim, porque a gente tem
seguido à risca o protocolo aqui do clube. Lá no fundo, temos o receio desse
vírus e eu mais por conta de ter minha família aqui, então o cuidado é sempre
redobrado. Mas como a gente voltou a treinar e o clube tem oferecido para nós a
maior segurança possível, eu já me sinto sim preparado para voltar a jogar e
ainda mais se esses jogos acontecerem aqui em Goiânia, acho que estou preparado
e acredito que muitos também estão, devido a gente estar treinando já aqui e
com o passar dos dias a gente vai adquirindo mais essa confiança para em breve
poder voltar a jogar”, disse Tadeu.
A temporada de 2020 não começou nada legal para o goleiro
Tadeu, que viveu um drama familiar e a cada jogo e entrevista se mostrava cada
vez mais abatido, apesar das excelentes atuações em campo. Com apenas sete
meses de idade, Isabela, a filha do goleiro foi internada em março, com graves
problemas de saúde. Depois de um mês de internação, a jovem garotinha recebeu
alta sem apresentar sequelas.
“Acabei tendo um drama familiar que graças a Deus passou, o
lado bom que eu tento sempre ver que tivemos um período afastados dos gramados
que para mim foi ótimo para minha filha ter essa recuperação dela, logo que
teve a alta. Desde o problema que ela teve, já me fez refletir muito e acredito
que essa pandemia também faz eu refletir demais sobre o valor da vida, da
família, da saúde, do bem-estar e mostra que nós todos somos iguais e o vírus
não escolhe pessoas. Então, sirva para a gente valorizar mais o próximo, o lado
humano, ter um pouco mais de coração em todas as atitudes que a gente toma para
poder olhar para seu semelhante como uma pessoa igual a você”, analisou o
goleiro seu começo de ano.
No período de quarentena, os jogadores tiveram que adaptar
suas rotinas de treinos, transformando o trabalho nos centros de treinamento
como lições de casa. Se para os jogadores que precisam do vigor físico para
suportarem os noventa minutos de jogo e o ritmo nesse tempo, os goleiros além
disso ainda precisam estar com o reflexo em dia.
“Por mais que estivéssemos em quarentena, a
parte física a gente procurou mantê-la. O que a gente sente mais é o contato
com a bola são os trabalhos técnicos, os gestos técnicos também. Então acho que
isso é o que pega um pouco ali no início, nos primeiros treinos, mas como a
gente está bem preparado fisicamente, não adequado, porque a gente em casa não
tinha o mesmo suporte que tem no clube, mas os gestos técnicos e a pegada com a
bola foram o que senti um pouco mais”, concluiu o atleta esmeraldino.