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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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Coronavírus

Primeiro dia de liberação do comércio de rua em Goiânia gera aglomerações

Comércio de rua apresenta aumento da movimentação e filas nos principais camelódromos de Goiânia| Foto: Wesley Costa

Postado em 24 de junho de 2020 por Sheyla Sousa
Primeiro dia de liberação do comércio de rua em Goiânia gera aglomerações
Comércio de rua apresenta aumento da movimentação e filas nos principais camelódromos de Goiânia| Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Após a derrubada da liminar que
impedia a abertura de shoppings, galerias comerciais e lojas de rua, as
atividades retornam com a obrigação de seguir regras de funcionamento como
aferição de temperatura, limitação de horário (das 9h às 17h) e de público,
álcool em gel, uso de máscara e distanciamento mínimo entre clientes e
funcionários. No primeiro dia de liberação do comércio de rua em Goiânia houve
aumento do movimento e formação de filas na entrada dos principais camelódromos
da cidade.

Comerciante há mais de 25 anos do
Camelódromo de Campinas, Luiz
Henrique de Castro, conhecido como Tico, confessa que ficou impressionado com a
movimentação do estabelecimento. “Sinceramente, eu me surpreendi. Achei que
as pessoas estivessem mais temerosas de saírem de casa”. O comerciante acredita
que as pessoas só devam sair de casa quando for realmente necessário. “Penso
que as pessoas ainda não entenderam a gravidade da situação”, alerta o
comerciante, que pede consciência.

Na opinião de Tico, apenas com a
morte de alguém próximo, a doença será efetiva na conscientização.
“Infelizmente, as pessoas só começam a se prevenir se tiverem algum parente ou
alguém próximo levado pela doença”, lamenta. Luiz perdeu um casal de amigos
próximos na última semana. “Eu estou preocupado, mas venho trabalhar porque não
tem outro jeito”, declara.

Apesar de o Camelódromo de
Campinas estar funcionando com 30% de sua lotação máxima, o movimento na loja
de produtos eletrônicos de Tico foi intenso. A entrevista foi feita intercalada
com o atendimento de vários clientes que procuravam o comerciante. “Muitas
pessoas vêm aqui porque realmente precisam. Para alguns profissionais, certos
equipamentos eletrônicos são essenciais para o trabalho”. Tico cita o caso de
profissionais de imprensa, videomakers e produtoras de vídeo.

90 dias fechado

A procura pelo veterano do
camelódromo também aconteceu no período em que o espaço estava fechado. De
acordo com Tico, esse fator o ajudou a aliviar o prejuízo. “Eu consegui
continuar trabalhando em menor demanda, por entrega. As pessoas entravam em
contato em busca de produtos e eu os levava até elas”, conta. Após três meses sem
abrir a loja, Luiz revela alguns problemas que enfrentou no primeiro dia. “A
alta do dólar, o fechamento da fronteira com o Paraguai e dos mercados em São
Paulo dificultaram bastante para gente. Isso refletiu na alta de preço de
alguns produtos, a maior parte importado”.

O gestor do Camelódromo de Campinas, Leonardo
Guerreiro, alega que todas as medidas de segurança exigidas pelo decreto
municipal estão sendo seguidas à risca. Apenas uma das entradas do local estava
desbloqueada para que todas as pessoas pudessem passar por um sistema de
segurança que envolve a medição de temperatura por meio de aparelho eletrônico,
tapetes sanitizantes nas entradas, número limitado de pessoas, horário reduzido
e marcações de distância mínima no piso. Além disso, o álcool em gel é
oferecido para os clientes nas bancadas das lojas.  

MP anuncia mandado de segurança
para novo fechamento

O Ministério Público do Estado de
Goiás (MP-GO) deve entrar com recurso no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO)
para que a decisão liminar que suspendeu decreto municipal para abertura do
comércio na Capital volte a valer. Haverá, também, por parte do órgão,
manifestação de agravo junto à turma de desembargadores para apreciação dos
motivos do fechamento.

A decisão liminar que impedia o
funcionamento de shoppings, galerias comerciais e Região da 44, concedida no
último domingo (21) perdeu a validade na noite de segunda-feira (22), quando
foi derrubada pelo desembargador Luiz Eduardo de Souza. O magistrado considerou
inválido o argumento do juiz Claudiney Alves, autor da liminar, de que a
prefeitura deveria ter colhido autorização do Comitê Operacional de Emergência
(COE) da Saúde.

O magistrado acatou recurso do
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis
(Secovi) para derrubar a liminar. De acordo com Luiz Eduardo, a nota técnica da
Secretaria Municipal de Saúde era insuficiente, pois o Comitê de Operações
Emergenciais (COE) “possui caráter temporário”.

Segundo a promotora de Justiça
responsável pela ação, Marlene Nunes Bueno, a finalidade do recurso é alcançar
o retorno da decisão do juiz de 1º grau. Além disso, o agravo tem o objetivo de
argumentar com os desembargadores sobre a gravidade das condições
epidemiológicas na Capital. Ela explica que sua promotoria vai apresentar um
agravo interno para que o desembargador submeta sua decisão à turma formada por
três desembargadores. Além disso, o procurador-geral de Justiça, Ailton Vecchi,
deve propor um mandado de segurança com efeito suspensivo da decisão do
desembargador Luiz Eduardo de Souza.

Em entrevista coletiva, a
promotora de Justiça Marlene Bueno, afirmou que a reabertura contraria as
indicações feitas pelos médicos sanitaristas e membros do COE. “É uma questão
de calibração. Com os números melhorando, podem ser retomadas as atividades.
Não podemos desconhecer os critérios técnicos”, disse. De acordo com Marlene
Bueno, a reabertura das atividades econômicas não pode ocorrer de forma
desamparada nos estudos exigidos pela legislação.

A promotora ressalta que a
reabertura do comércio exige que sejam avaliados indicadores técnicos, dentre
eles o índice de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva, a evolução
da contaminação pela Covid-19 e o quantitativo de mortes. “Neste momento
estamos com alta taxa de ocupação de leitos de UTI, chegando a 95% na Capital”,
afirmou. A ocupação de leitos de UTI, explicou, é bastante elevada, em curva
ascendente, assim como o número de pessoas infectadas. (Especial para O Hoje) 

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