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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Flexibilização

Empresários temem novo fechamento do comércio pela Prefeitura de Goiânia

Novo decreto do Município coloca fim ao isolamento intermitente, mas deixa empresários apreensivos| Foto: Wesley Costa

Postado em 14 de julho de 2020 por Sheyla Sousa
Empresários temem novo fechamento do comércio pela Prefeitura de Goiânia
Novo decreto do Município coloca fim ao isolamento intermitente

Igor Caldas

Várias atividades comerciais e de serviços voltam ao funcionamento na Capital a partir de hoje (14) sem previsão de fechamento. O novo decreto municipal assinado na manhã de ontem colocou fim ao isolamento intermitente proposto pelo governador Ronaldo Caiado.  No entanto, o prefeito Iris Rezende alertou que se houverem excessos ou falhas, o documento pode ser mudado a qualquer momento. A ressalva gera insegurança de quem está fazendo investimentos para voltar à ativa.

No evento de assinatura do documento que decreta a volta do funcionamento do comércio em Goiânia o prefeito Iris Rezende alertou que o texto poderá mudar, a depender do que chamou de “complexidade do momento”. “Não teremos dificuldade em modificar itens do decreto caso a aplicação do mesmo tenha ocorrido excessos, falhas ou elementos que deviam constar”.

O documento libera atividades de bares e restaurantes com 50% de lotação, academias poliesportivas e eventos esportivos sem público, atividades religiosas presenciais. A proibição continua a valer para eventos públicos e privados de qualquer natureza, reuniões que provoquem aglomeração, visitas a pacientes infectados com a Covid-19 e aulas presenciais em instituições de ensino públicas e privadas.

Também seguem vedadas as seguintes atividades econômicas: funcionamento de clubes recreativos, parques aquáticos, cinemas, teatros, casas de espetáculos, boates e salões de festas e realização de jogos.

Insegurança

Proprietários de um restaurante que também funcionava como bar aos finais de semana no Setor Sul, José Carvalho e Luciene Lomazzi se prepararam para voltarem à atividade no restaurante hoje (14), mas estão receosos pela possibilidade de um novo fechamento. “A gente está entrando com um pé na frente e outro atrás porque o futuro pode ter imprevistos. Um novo fechamento depois de investirmos em insumos e chamarmos os funcionários para voltar ao trabalho seria catastrófico”, afirma José, conhecido como Coronel, o mesmo nome do estabelecimento.

Luciene ainda mostra outra preocupação. “Não sabemos como o cliente vai reagir a uma nova abertura em meio à pandemia. Está em um momento horrível com os números crescendo muito. Isso não pode nos aproximar de um novo fechamento”, declara a empresária. Coronel apresenta mais um fator que gera insegurança. “Eu trabalho com quatro funcionários que estão recebendo pelo governo federal. Se eu os chamo para trabalhar, perco esse benefício e com um novo fechamento, como eu vou pagá-los?”, questiona.

Multa para o descumprimento

O texto do decreto cita a lei que regulamenta políticas de promoção, proteção e recuperação da saúde no âmbito da vigilância à saúde e Goiânia, ressaltando que a multa para o descumprimento das regras descritas no artigo é de R$ 4.705,30. Bares e restaurantes deverão seguir normas sanitárias rígidas para voltar ao funcionamento, se descumprirem as medidas, devem ter que arcar com a multa.

O restaurante de José de Carvalho está recebendo adequações para atender a todas as normas sanitárias estabelecidas pela prefeitura. “Tudo que estiver ao nosso alcance para fazer dar certo, vamos fazer”, diz. Bares e restaurantes não podem permitir a entrada de pessoas sem máscaras que cubram o nariz e a boca, não exceder 50% de lotação máxima, controlar o fluxo dos clientes em apenas uma via com sinalizações e marcações no chão com distância mínima de dois metros entre as pessoas nas áreas comuns do estabelecimento.

 Comércio diz estar preparado para reabertura

Representantes do Comércio de Goiás alegam que o setor está preparado para o retorno. O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, disse que o setor produtivo está preparado para a volta das atividades. No entanto, julga que não haverá retorno das atividades econômicas de forma substancial até pelo menos o ano de 2021. Para ele, há diferença de responsabilidade de governos e empresários. “Autoridades devem oferecer leitos; empresários, segurança“, afirma. 

Na última quinta-feira (9) houve discussão técnica sobre protocolos, horários para que o Estado e Município pudessem definir o que poderia ou não reabrir e quais seriam as regras para cada atividade econômica. 

Antes do diálogo, o prefeito Iris Rezende declarou intenção de retorno para todas as atividades econômicas, exceto para as que incluem grande público como shows, cinemas e jogos em estádios com torcida. Bares e academias estavam fechados por quase 120 dias. No dia da publicação do decreto estadual o governador discursou que o objetivo da medida era levar Goiás à taxa de isolamento de 55%. Porém, apenas 42 prefeituras aderiram o isolamento intermitente na íntegra e o estado fechou a semana com 37,1%. 

A maior parte dos municípios prioriza a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que prefeitos têm autonomia para determinar as ações sobre o fechamento e abertura de atividades comerciais. (Especial para O Hoje)  

Horários de abertura do comércio e serviços 

Atividades com horário de abertura e sem restrição de fechamento

6 horas – Padarias e panificadoras.

7 horas – Hipermercados, supermercados, mercados, mercearias, hortifrutigranjeiros, frios e empórios, açougues e peixarias Peças e acessórios para veículos automotores, oficinas (inclusive no interior das concessionárias) e borracharias.

8h30 – Escritórios de profissionais liberais.

10 horas – Concessionárias de veículos automotores (exceto oficinas no interior das concessionárias), barbearia e salões de beleza.

Atividades com  horários estipulados para abrir e fechar

7h30 às 17h30 – Comércios essenciais ao setor agropecuário (inclusive produtos e insumos veterinários, peças e periféricos para máquinas e equipamentos agrícolas); Serviços essenciais ao setor agropecuário (inclusive oficinas para máquinas e equipamentos agrícolas).

9h às 17h – Comércio varejista de rua, galerias, camelódromos, centros comerciais, região da 44 e imobiliárias.

12h às 20h – Shoppings Centers

Horário normal de abertura e fechamento até meia noite

Bares, restaurantes e similares; Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; Pit-dogs.

Atividades com outros horários de entrada – 6h30, 8h30 ou após 10h30 

Serviços domésticos e diaristas e manutenção e limpeza predial

funcionamento permitido em horário normal

Comércio atacadista

Call centers

Atividades de indústrias, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca, aquicultura

Empresas de energia elétrica, saneamento e telecomunicações

Construção civil e comércio varejista de madeiras, tintas, solventes e materiais para pintura, materiais para construção, materiais elétricos, hidráulicos e ferragens Farmácias e drogarias (inclusive de manipulação)

Distribuidoras e revendedores de água mineral e de gás

Hotelaria e congêneres

Envasadoras de gás e postos de combustíveis

Empresas de segurança privada

Cemitérios e serviços funerários

Atividades de assistência social e estabelecimentos de ensino privado (somente para atividades administrativas)

Laboratórios de análises clínicas e clínicas de vacinação

Empresas de sanitização, desinsetização e controle de pragas urbanas

Comércio de artigos médicos e ortopédicos

Lavanderias de hospitais, clínicas e consultórios médicos, de psiquiatria, psicologia, odontológicos e dos demais profissionais liberais da área de saúde

Academias, quadras poliesportivas, ginásios, treinos e eventos esportivos

Clínicas e hospitais veterinários

Prestação de serviços de assistência técnica à rede de saúde

Pública e privada e a prestação de serviços vinculados a reparos emergenciais, como chaveiro, encanador e eletricista

Jornais e emissoras de TV

Correios, agências lotéricas, bancárias, instituições financeiras e cartórios extrajudiciais

Atividades religiosas

Feiras livres e especiais e mercados municipais

Atividades de transporte

Borracharias, oficinas e restaurantes e lanchonetes em postos de combustíveis, desde que situados às margens de rodovias

Estabelecimentos 24 horas

Atividades que permanecem proibidos (as)

Eventos públicos e privados presenciais

Uso de áreas comuns de condomínios, exceto quadras poliesportivas

Visitas para pacientes com Coronavírus

Clubes recreativos e parques aquáticos

Cinemas, teatros, casas de espetáculo, boates e congêneres

Salões de festa e jogos

 

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