Stock Car apresenta novidades em Goiânia
O Chevrolet Cruze do atual tricampeão Daniel Serra durante testes oficiais, ele fará dupla com o bicampeão Ricardo Maurício – Foto: Duda Bairros/Stock Car
Felipe André
Com a volta do futebol, outros esportes procuram a melhor maneira de iniciar ou retomar as atividades. Neste fim de semana será a vez da Stock Car dar o pontapé inicial na temporada e a primeira etapa será realizada em Goiânia, como estava previsto o calendário original antes da paralisação por conta do Covid-19. Além dos rígidos protocolos de segurança, o Autódromo Internacional Ayrton Senna não vai contar com a presença da torcida e nem mesmo da imprensa. A primeira corrida está marcada para 11h30 (horário de Brasília), no domingo (26).
O grande palco da velocidade em Goiás, o autódromo de Goiânia é considerado um dos melhores do Brasil por pilotos e apaixonados em automobilismo e motociclismo. O espaço recebeu nos últimos meses uma melhoria, que vai oferecer mais segurança aos pilotos que participam de provas estaduais, regionais e nacionais. Duas caixas de brita estão sendo instaladas em pontos estratégicos do circuito, localizadas após a área de escape das curvas 0 e 1, na qual os pilotos atingem a maior velocidade na pista, ao fim da reta oposta e a reta principal, respectivamente, gerando um risco menor de acidentes.
Dentro das pistas a novidade mais aguardada é a estreia dos dois novos carros: o Chevrolet Cruze Stock Car e o Toyota Corolla Stock Car que se enfrentarão na pista pela primeira vez de forma oficial. O projeto dos dois modelos começou a ser testado no final de 2019, incorporando os monoblocos originais, apêndices aerodinâmicos e material compósito. Somando a nova estética bastante agressiva ao ronco mais agudo típico de carros de categorias de ponta e ao efeito visual de labaredas emitidas pelo escapamento nas trocas de marcha, o carro tem tudo para agradar aos fãs.
Na pista, os dois modelos passaram por avaliações com os pilotos de testes da categoria nos circuitos de Velo Città, Velopark, Cascavel, Interlagos e Curitiba. A partir de março, foi a vez dos pilotos oficiais das equipes avaliarem os carros, que agradaram os competidores em função da relação potência versus equilíbrio, combinada com as novas exigências em termos de técnica de pilotagem.
No cenário desportivo, a Stock Car traz novidades. A mais evidente é a formação de duplas extremamente fortes em termos de disputa de campeonato. Apesar de buscarem a vitória individualmente, a cumplicidade entre os parceiros de equipe será fundamental nesta fase de aprendizado e descobertas técnicas dos novos modelos. Entre as principais forças dentro de cada box estão os duos Cacá Bueno e Julio Campos (Cruze), Thiago Camilo e Cesar Ramos (Corolla), Ricardo Zonta e Bruno Baptista (Corolla), Átila Abreu e Galid Osman (Cruze) e o formado pelo atual campeão Daniel Serra e o sempre competitivo Ricardo Maurício (Cruze). Além, é claro, da aguardada estreia da parceria entre Rubens Barrichello e o astro argentino Matías Rossi, ambos com o Toyota Corolla.
Nos bastidores da categoria há também muita expectativa sobre o potencial do jovem Gabriel Casagrande (Cruze), que mudou de equipe e pretende avançar na disputa pelo título, como fez em 2019. Outro box que merecerá atenção abrigará pela primeira vez Nelsinho Piquet e Rafael Suzuki, ambos pilotando modelos Toyota Corolla.
Nesse ambiente altamente competitivo, pódios e vitórias também estão no horizonte almejado por vários outros pilotos, casos dos parceiros de equipe Lucas Foresti e Gaetano Di Mauro (Cruze), dos vencedores de corrida Allam Khodair e Diego Nunes (Cruze), do campeão de 2015 Marcos Gomes e Denis Navarro (Cruze), e de Guilherme Salas, campeão da Stock Light que ascende à categoria principal com um Cruze e que terá como parceiro o experiente gaúcho Vitor Genz, outro que já venceu corridas na Stock principal.
Uma novidade importante no regulamento desportivo é a realização das tomadas de tempo em apenas duas fases, as chamadas Q1 e Q2. No início do treino, todos os pilotos entrarão na pista na tentativa de se classificar para a fase seguinte – que será disputada pelo 15 melhores do Q1. O pole position será definido já nesta segunda sessão – e não em uma terceira como vinha acontecendo até o ano passado, propiciando uma briga intensa pela pole com praticamente metade do grid.