89% dos brasileiros querem se vacinar contra Covid-19
Segundo Datafolha, 9 em cada 10 brasileiros responderam que pretendem se imunizar assim que houve um produto disponível | Foto: Reprodução.
Nielton Soares
A pesquisa Datafolha, realizada
entre os dias 11 e 12 de agosto, mostra que 89% dos entrevistados disseram que irão
se imunizar assim que houver um produto disponível contra a Covid-19. Outros 9%
dos entrevistados afirmaram que não tomariam uma vacina fabricada para deter a
doença e apenas 3% não souberam opinar. A margem de erro é de dois pontos
percentuais.
Ao todo foram entrevistados 2.065
brasileiros adultos de todas as regiões do país, por meio de telefone (feitas
dessa forma para evitar contato pessoal entre pesquisadores e entrevistados,
devido à pandemia).
Atualmente, há mais de uma
centena de estudos em andamento para produção de vacinas contra a Covid-19 no
mundo. Desses, 29 estão na etapa de testes, sendo que 6 na chamada fase 3, ou
seja, o último estágio antes da aprovação para disponibilidade para a população.
No Brasil, existem acordos com
três frentes de pesquisa para produção da vacina: Fiocruz em parceria com a
Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. E, o estado de São Paulo,
por meio do Butantan em acordo com o laboratório chinês Sinovac para testar e
produzir em larga escala a vacina.
No Paraná foi feito o anunciou,
na terça-feira (11), de acerto com a Rússia, sendo o primeiro país a anunciar a
aprovação de uma vacina contra a Covid-19. Porém, esse estudo do laboratório
Gamaleya, de Moscou, é criticado pela comunidade científica internacional por
não ter tido publicação de resultados dos estudos com critérios científicos
adequados.
Dessa maneira, as vacinas usam
vírus ou bactérias atenuadas ou partes deles, buscando “ensinar” o
sistema imunológico a reconhecer o patógeno, quando o indivíduo tem contato com
o produto, que não desenvolve a doença ou desenvolve uma forma mais branda.
Mas todos os produtos para a
doença precisam passar por três fases de testes clínicos em humanos. Por enquanto,
a vacina desenvolvida na Rússia, chamada de Sputnik V, está na fase 2, com
testes clínicos em andamento.
No entanto, o país decidiu decidiram
conceder registro ao medicamento para que ele pudesse ser usado para imunização
em massa já entre este mês e outubro.
Já a vacina chinesa, está sendo
realizados testes e ensaios clínicos em seis estados, com 9 mil voluntários em
12 centros de pesquisa. O governo paulista, por exemplo, já contratou 15
milhões de doses. De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas, a
proposta é iniciar a vacinação em janeiro do próximo ano.
Por outro lado, a vacina depende
de resultados positivos de eficácia e segurança para obter a autorização de registro
emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na China, há
produção e lá aguarda autorização de uso emergencial.
A pesquisa Datafolha mostra ainda
que a maioria dos brasileiros, 46%, acredita que haverá uma vacina contra a
Covid-19 ainda no primeiro semestre de 2021; 25% creem que o produto estará
pronto ainda neste ano, 22% dizem que apenas no final de 2021 e 5% afirmam não
saber.
No mundo
Diferente do Brasil, lá foram há
grupo que contestam o uso de vacinas, pois descreditam o efeito e apontam
efeitos colaterais graves do uso. Uma pesquisa encomendada pela rede de televisão
ABC e pelo jornal Washington Post (EUA), mostra que 27% dos cidadãos do país disseram
que certamente ou provavelmente não tomariam uma vacina contra a Covid-19.
Vale lembrar, que os Estados
Unidos são o país mais atingido pela pandemia do novo Coronavírus, com mais de
5 milhões de contaminados e cerca de 170 mil pessoas mortas por decorrência da
doença.
Na Alemanha, 61% disseram que
usariam o produto contra a Covid-19, de acordo com a Universidade de Hamburgo.